O bairro da Madalena possui relevante importância histórica, tendo sido uma rentável zona açucareira do Recife antigo. Suas terras foram doadas por Duarte Coelho a Jerônimo de Albuquerque, seu cunhado. Após a sua morte, foram divididas entre os filhos. Posteriormente, Pedro Afonso Duro, casado com dona Madalena Gonçalves Furtado, adquiriu uma dessas partes, implantando um engenho de açúcar, movido por tração animal. Na propriedade foi construído o Sobrado Grande de João Alfredo (casa grande do engenho), ficando conhecida como Passagem de Dona Madalena.
O Mercado da Madalena está localizado na Rua Real da Torre, nº 270, tendo sido iniciada a sua construção em 6 de fevereiro de 1925. Inaugurado em 19 de outubro do mesmo ano, pelo governador Sérgio Loreto, era ponto de reunião de feirantes que vendiam frutas e verduras, sem qualquer interferência das autoridades da época. Como funcionava à noite, foi denominado de Mercado do Bacurau (pássaro madrugador).
Além de comerciantes, boêmios freqüentavam o mercado por ser um local vivo nas noites provincianas do Recife. Nos finais de semana, o movimento maior ocorria durante o dia, destacando-se o comércio de comidas típicas, como munguzá, tapioca, cuscuz com café e sarapatel.
O riginalmente, só havia compartimentos na parte periférica do Mercado. Frutas e verduras eram vendidas no centro, em grandes pedras em áreas cobertas. Tempos depois, houve a ampliação dos espaços, substituindo-se as pedras por boxes. Na sua ala sul, passou a funcionar uma cooperativa que adquiria produtos vindos do interior.
Atualmente, conta com 180 compartimentos, abrangendo 980m2 de área construída. O espaço onde funciona a Administração do Mercado conserva a estrutura original. Foi alterada, apenas, a parte térrea onde funcionavam os sanitários e o depósito.
Em 1960, seu piso foi reformado. Por volta de 1982, ocorreu importante restauração, quando foi descoberto um escudo em seu frontispício pelo historiador Vanildo Bezerra Cavalcanti, boêmio e admirador do Mercado, que, após realizar um paciente trabalho de pesquisa, constatou que se tratava do brasão da cidade do Recife. Devidamente restaurado, encontra-se hoje na fachada do prédio.
Nos boxes são comercializados frutas, verduras, legumes, cereais, carnes e peixes. Possui, também, alguns serviços: barbearia, costura e sapataria. Ao lado do Mercado funciona a tradicional Feira de Passarinhos, autorizada e regulamentada pelo Ibama a partir de 1997.
O Mercado ainda é local de encontro de boêmios. O seu Espaço Gastronômico está sendo reformado e é conhecido pelo cuscuz com bode guisado, sarapatel, galinha de cabidela, buchada e outras comidas típicas da cozinha pernambucana. Funciona de segunda a sábado, das 6h às 17h30, e aos domingos, das 6h às 12h.
Próximo ao Mercado encontra-se também a sede do Clube de Engenharia de Pernambuco e, por trás dele, o Sítio Sabiá, de propriedade da família Valença, que possui muito compositores e músicos, sendo os mais conhecidos os Irmãos Valença.
Recife, 31 de outubro de 2006.
Fontes consultadas
UM PEDAÇO da história do Recife. Informativo dos mercados, Recife, ano 1, n.1, [p. 1], dez. 2006.
MERCADOS. Disponível em: <http://www.pernambuco.com/turismo/mercados.shtml>. Acesso em: 20 out. 2006.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Mercado da Madalena (Recife, PE). In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2006. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/mercado-da-madalena/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)