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Jerônimo de Albuquerque

Data Nasc.:
--/--/1510
 

Data de falecimento.:
25/12/1584
 

Ocupação:
Administrador colonial.
 

Jerônimo de Albuquerque

Artigo disponível em: ENG

Última atualização: 05/05/2022

Por: Maria do Carmo Gomes de Andrade - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Biblioteconomia

Jerônimo de Albuquerque nasceu em Portugal, no início do século XVI, filho de Lopo de Albuquerque e de Joana de Bulhões.

Viajou para Pernambuco junto com o primeiro donatário da capitania, Duarte Coelho e sua mulher Brites de Albuquerque, de quem era irmão.

Logo ao chegar, numa das lutas que teve que enfrentar contra os índios, levou um flechada e perdeu um olho, ficando desde então conhecido pelo apelido de o Torto. Ferido, prisioneiro e condenado à morte, foi salvo pela intervenção de Tindarena ou Tabira, a filha do cacique Uirá Ubi (Arco Verde), chefe dos índios Tabajaras, que se apaixonou por ele e o queria como marido. Cedendo ao pedido da filha, o cacique além de conceder a liberdade a Jerônimo de Albuquerque, ainda selou a paz e se aliou aos portugueses.

Batizada, posteriormente, Tindarena ou Tabira recebeu o nome de Maria do Espírito Santo Arco Verde, em homenagem à festa de Pentecostes que se celebrava no dia do batismo.

Da união de Jerônimo e Maria do Espírito Santo nasceram oito filhos: Jerônimo de Albuquerque, que seria conhecido como o heróico restaurador do Maranhão e um dos fundadores da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, Manuel, André, Catarina, que se casou com o fidalgo italiano Felipe Cavalcanti, Isabel, Joana, Antônio e Brites.

Jerônimo de Albuquerque teve ainda mais cinco filhos de outras mulheres brancas e índias, todos por ele reconhecidos.

Em 1562, casou com Felipa de Mello, filha de Dom Cristóvão de Mello, em obediência à rainha de Portugal, D. Catarina, que na sua carta de intimaçãorecomendou a união legítima, para evitar que continuasse o sobrinho de Afonso de Albuquerque, o descendente de reis, a seguir a lei de Moisés, mantendo trezentas concubinas. Do casamento nasceram onze filhos: João, Afonso, Cristóvão, Duarte, Jerônimo, Cosme, Felipe, Isabel, Maria e mais dois que morreram logo após o nascimento.

Assim, Jerônimo de Albuquerque teve 24 filhos, entre legítimos e legitimados, o que lhe valeu o apelido entre os historiadores brasileiros de Adão Pernambucano.

Em terras de sua propriedade fundou o engenho Nossa Senhora da Ajuda, depois denominado de Forno da Cal, o primeiro engenho de açúcar de Pernambuco, localizado nas proximidades de Olinda.        

Sendo um homem valente e inteligente, deu uma grande contribuição à administração da capitania do seu cunhado Duarte Coelho. Auxiliou sua irmã Brites de Albuquerque a governar Pernambuco nos anos de 1540, 1550 e 1553, durante as viagens do donatário a Portugal.

Com a morte de Duarte Coelho, em 1554, Jerônimo continuou prestando relevantes serviços a Pernambuco, ajudando sua irmã a administrar a capitania até a maioridade dos herdeiros, Duarte e Jorge de Albuquerque Coelho, segundo e terceiro donatários, que a assumiram, em 1561 e 1573, respectivamente.

Em 1576, com o retorno desse último a Portugal, Pernambuco voltou a ficar sob a direção de Jerônimo de Albuquerque e da irmã Brites de Albuquerque.

Ele viveu e dedicou-se à capitania de Pernambuco durante 58 anos.

Segundo o historiador Borges da Fonseca, que se baseou no seu testamento, Jerônimo de Albuquerque, o Torto, morreu no mês de dezembro de 1584, sendo sepultado na capela do seu engenho Nossa Senhora da Ajuda.

                                            

 

                               

Recife, 4 de outubro de 2005.
 

Fontes consultadas

COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Capitães-móres governadores loco-tenentes dos donatários de Pernambuco. Revista do Instituto Archeológico e Geographico Pernambucano, Recife, n. 50, p. 61-63, 1897.

SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Secretaria de Educação de Pernambuco, Departamento de Cultura, 1982.

Como citar este texto

ANDRADE, Maria do Carmo. Jerônimo de Albuquerque. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2005. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/jeronimo-de-albuquerque/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)