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Geninha da Rosa Borges

Data Nasc.:
21/06/1922

Ocupação:
Atriz brasileira

Geninha da Rosa Borges

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 23/11/2023

Por: Maria do Carmo Gomes de Andrade - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Biblioteconomia

Maria Eugênia Franco de Sá da Rosa Borges mais conhecida como Geninha da Rosa Borges, a primeira dama do teatro pernambucano, nasceu no Recife, no dia 21 de junho de 1922, filha de Edgard Autran Franco de Sá e de Maria Emília Fioch Pinto Franco de Sá. Além de trabalhar na área educacional, Geninha apresenta suas performances teatrais pelo Brasil e pelo mundo.

 

Estudou no Colégio São José e formou-se em Letras Anglo-Germânicas e em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE). Fez pós-graduação em Teleducação nos Estados Unidos e no Japão. Criadora do Sistema Teleducativo do Estado de Pernambuco, ocupou vários cargos na Secretaria de Educação do Estado. Foi coordenadora do Sistema de Educação pelo Rádio e Televisão (SERTE), chefe do Centro de Educação pelo Rádio e TV (CERTE), e diretora do Departamento de Recursos Tecnológicos para a Educação (DERTE).

 

A partir de 1983, após o desmembramento dos Ministérios da Educação, Geninha ficou à disposição da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, por conta dos seus muitos anos dedicados ao teatro como atriz e diretora de espetáculos. Nessa área da cultura, ocupou os cargos de Diretora de Eventos do Museu da Cidade do Recife; Diretora do Teatro Santa Isabel (1983-1986; 1991-1992; 1994-2000); Supervisora de Artes Cênicas no Instituto de Assuntos Culturais da Fundação Joaquim Nabuco, no período de 1986 a 1991.

 

Sua primeira experiência com o teatro foi em 1941, com a peça Noite de estrelas. Tendo gostado de sua atuação, Valdemar de Oliveira convidou-a para integrar o grupo fundador do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP).

 

Sob a direção de Valdemar de Oliveira, estreou em 1941, na peçaPrimerose, no Teatro de Amadores de Pernambuco. Geninha jamais se afastou do Grupo onde já deu vida a mais de 68 personagens. Trabalhou também com outros grupos como o Teatro de Arena, de Alfredo de Oliveira, e o Teatro Popular do Nordeste (TPN), de Hermilo Borba Filho.

 

Como atriz, fez estágio em Londres e em Paris pelo Bristist Council, visitando Academias de Arte em Bristol e em Stratfort-on-Avon. No TAP, trabalhou com nomes consagrados da história do teatro brasileiro, como Ziembinski, Bollini, Graça Melo e Bibi Ferreira, que vieram ao Recife a convite de Valdemar de Oliveira. Atuou também como diretora nas montagens de vários espetáculos, como por exemplo:

 

O Menino Atrasado de Cecília Meireles, com música de Capiba, no 1º. Festival de Teatro Infantil de Pernambuco,1963.

Jogos na Hora Sesta de Romeu Mahieu, no TAP, 1980.

Oratório da Paixão, de Maria do Carmo Barreto Campello de Melo, 1980.

A Promessa, de Luiz de Marinho, 1983.

Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, de Fassbinder, 1987.

Morte e Vida Severina, no Teatro José Carlos Cavalcanti Borges, Fundaj,1990.

 

Marcou presença também no cinema, participando de vários filmes, entre os quais podem ser destacados:

 

Paraíba, mulher macho, de Tizuca Yamasaki.

O Baile Perfumado, de Lírio Ferreira.

A Partida, de Sandra Ribeiro.

Olegário Mariano, de Marcelo Peixoto.

Nós sofre mas nós goza, de Sandra Ribeiro.

 

Como atriz participou de muitas peças, entre as quais destacam-se:

 

A Exilada, de Kistemaekers, 1941.

A Comédia do Coração, de Paulo Gonçalves, 1944.

A Dama da Madrugada, de Alejandro Casona, 1945.

A Casa de Bernarda Alba, de Garcia Lorca, 1948.

Esquina Perigosa, de J.B. Priestley, 1949.

O Poço do Rei, de José Carlos Cavalcanti Borges, 1950.

Um Século de Glória, de Waldemar de Oliveira, 1950.

Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1955.

A Comédia de Balzac, de José Carlos Cavalcanti Borges, 1957.

A Pena e a Lei, de Ariano Suassuna, 1959.

O Tempo e os Conways, de J.B. Priestley, 1960.

O Marido Domado, de Ariano Suassuna, 1962.

Uma Pedra no Sapato, de Feydeau, 1968.

O Processo de Jesus, de Diego Fabri, 1971.

O Milagre de Anne Sullivan, de William Gibson, 1975.

O Peru, de Feydeau, 1984.

Um Sábado em 30, de Luiz Marinho, 1971.

Sábado, Domingo e Segunda, de Eduardo de Felippo, 1996.

 

Membro da Academia de Artes e Letras de Pernambuco (AALPE) e da União Brasileira de Escritores (UBE). Publicou vários livros, entre eles: Práticas Educativas... essa disciplina; Por que Ginásios modernos?; De 1962 a 1968 exames de madureza no Estado de Pernambuco; Produção e recepção na Teleducação de adultos.

 

Geninha está sempre em atividade, seja no teatro ou fora dele. Além de ter participado de filmes, de espetáculos e de dezenas de peças teatrais, atuou em 2004 na novela Da cor do Pecado ao lado de Ney Latorraca e de Maitê Proença, da Rede Globo, e em 2009, na novela A Favorita, também da Rede Globo. Atualmente, busca transformar a casa onde viveu por décadas em um espaço-escola dedicado a manifestações artísticas e culturais, principalmente ao teatro. Nesse espaço também ficará abrigado todo acervo da atriz.

 

Curiosidade: Segundo nota no Diario de Pernambuco, de 27 de abril de 2009, Geninha da Rosa Borges ganhou pizza com seu nome, criada por Luiz Cláudio Carvalho, do Cipó Nativo.

 

 

Recife, 30 de abril de 2009.

Fontes consultadas

GENINHA da Rosa Borges. Disponível em: <http://www.pe-az.com.br/subsecao_ler.php?id=NTU5>. Acesso em: 27 jan. 2009.

 

ICLB – Instituto Cultural Ladjane Bandeira. Disponível em: <http://www.ladjanebandeira.org/v8/geninha.html> Acesso em: 7 abr. 2009.

 

REIS, Augusto Luís. Bravo Geninha! Continente Multicultural, Recife, ano 4, n. 48, p. 78-81, dez. 2004.

Como citar este texto

 ANDRADE, Maria do Carmo. Geninha da Rosa Borges. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2009. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/geninha-da-rosa-borges/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)