Nasceu na cidade de Goiana, Pernambuco, no dia 15 de março de 1910, filho de José Carlos Cavalcanti Borges e Cândida Correia de Oliveira Cavalcanti Borges.
Fez o curso primário em escolas de Goiana e freqüentou o Externato Santo Inácio, dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Voltando a Pernambuco, estudou nos colégios Oswaldo Cruz e Carneiro Leão, no Recife, onde foi professor de História Natural, Psicologia e Lógica.
Concluiu o curso de Medicina, em 1933, pela Faculdade de Medicina do Recife e através da obtenção do primeiro lugar em concurso, tornou-se integrante do corpo clínico do Departamento de Assistência a Psicopatas do Estado de Pernambuco.
Fundou junto com Ulysses Pernambucano a revista Neurobiologia, da qual foi colaborador durante muitos anos.
Com a pesquisa A personalidade de menores do Recife, na área de psicologia social, ingressou como professor da Faculdade de Medicina do Recife, em 1937, dedicando-se ao ensino da Psiquiatria. Foi também professor de Psicologia da Escola de Belas Artes de Pernambuco.
Colaborou, desde jovem, com vários jornais e suplementos literários, entre os quais o Jornal do Brasil, Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio (Recife), Correio da Manhã, Revista do Brasil, A Voz de Goiana.
É autor de vários contos e peças de teatro, principalmente comédias. Entre os seus livros de contos estão Neblina (1940), prefaciado por Graciliano Ramos, Padrão G (1948),Contos vários, Contos do céu e da terra, publicado pela Editora Massangana em 1978, e O assassino (1980), sua última publicação. Os seus contos Coração de Dona Iaiá e Botão se fazendo rosa, que constam do livro Neblina, obtiveram os dois primeiros lugares no Concurso Nacional de Contos, promovido pelo semanário literário Dom Casmurro, em 1939.
Entre as suas peças, que ele classificava como comédias municipais, comédias de costumes e adaptações, destacam-se: no primeiro grupo, Acima do bem querer, Figuras de gente e O eclipse; nas comédias chamadas de maus costumes, Meu querido ladrão, As urnas vão rolar, Tempestade de água benta e Pé de vento, esta última premiada pela Escola de Belas Artes de Pernambuco, em 1960 e com o Silvino Lopes, prêmio patrocinado pela União Brasileira de Escritores, Secção Pernambuco, em 1964. Sob o título de comédias adaptadas estão O caso do colar, baseada no conto de Maupassant,O adereço, Fogo morto, do romance de José Lins do Rego, Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre e A flor e o fruto, baseada no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, que obteve o prêmio Cláudio de Souza, de Teatro, da Academia Brasileira de Letras, em 1970. Outra peça muito importante e de grande repercussão nos meios literários do País foi A comédia de Balzac, sobre o romancista francês.
Foi eleito para a Academia Pernambucana de Letras, em 19 de abril de 1956, tomando posse no dia 25 de novembro de 1958.
Trabalhou como ator no filme Riacho do sangue, produzido em Pernambuco pela Aurora Duarte Produções, em 1966. Participou também do filme A compadecida, produzido pela mesma Companhia, em 1969, baseado na peça homônima de Ariano Suassuna.
Foi casado com Ivone Botelho da Silva Cavalcanti Borges, com a qual teve três filhos: Marcelo, Tereza Cristina e Rosália Cavalcanti Borges.
Morreu no dia 11 de janeiro de 1983, no Recife.
Recife, 18 de julho de 2003.
Fontes consultadas
TÁVORA, José Geraldo. Presença médica na Academia Pernambucana de Letras: 1921-1995. Recife: UFPE. Ed. Universitária, 1996.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. José Carlos Cavalcanti Borges. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/jose-carlos-cavalcanti-borges/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)