O bolo-de-rolo, uma espécie de rocambole com camadas finíssimas de pão-de-ló, é um doce brasileiro, originário de Pernambuco, reconhecido como patrimônio cultural e imaterial do Estado, em 2007, através da Lei Ordinária nº. 379.
Considerado como uma das especialidades típicas da cozinha pernambucana, assim como o famoso bolo Souza Leão (também reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco, em 2008), o bolo-de-rolo derivou-se do bolo português conhecido como colchão de noiva, que era recheado com amêndoas. No Brasil, o colchão de noiva foi se transformando e sofrendo adaptações devido à falta de ingredientes das receitas originais na região Nordeste.
O recheio de amêndoas acabou sendo substituído por goiabada, de preferência feita em casa. A massa passou a ser enrolada em camadas cada vez mais finas. Ao final, o bolo ficou parecido com um rolo, daí a origem do seu nome.
Era servido como sobremesa ou lanche. Um visitante ilustre não poderia sair de uma casa, sem degustar uma fatia de bolo-de-rolo. Dessa maneira, foi sendo utilizado como forma de estreitar os laços de amizades, como forma de agradecimento, como presente e até para “amolecer corações”. Até o papa João Paulo II, quando da visita ao Recife, em 1980, provou uma fatia.
Passando a ser cada vez mais conhecido e divulgado, o bolo-de-rolo ganhou fama e começou a ser feito em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro, embora o original de Pernambuco guarde características diferentes tanto no sabor como na maneira de fazer. Turistas e até pessoas de outros estados, "encomendam" o doce a algum amigo ou parente quando têm oportunidade.
Hoje, o bolo-de-rolo e o Souza Leão são receitas protegidas, conservadas e valorizadas por sua importância histórica, cultural e gastronômica para o País.
RECEITA DO BOLO-DE-ROLO
Ingredientes:
250g de açúcar / 250g de manteiga / 5 ovos / 250g de farinha de trigo / ½ lata de goiabada, derretida em um pouco d’água.
Modo de preparar:
Bata bem o açúcar e a manteiga, junte as gemas, uma a uma. Depois junte as claras em neve. Acrescente o trigo peneirado e misture delicadamente.
Divida a massa em sete assadeiras rasas, untadas com manteiga e trigo. Asse uma de cada vez, em forno pré-aquecido, por pouco tempo.
Retire a massa das assadeiras, colocando-a em toalha polvilhada com açúcar.
Recheie com a goiabada derretida e enrole rapidamente. Repita o mesmo processo até a última camada.
Algumas dicas:
· a massa deve ser assada em camadas finas e ficar pouco tempo no forno para não ressecar e quebrar na hora de montar o bolo;
· a goiabada precisa ser derretida com água fria até ficar cremosa e espalhada em camadas finas e uniformes;
· para servir deve-se cortar o bolo em fatias finas;
· pode ser servido acompanhado de fatias de queijo do reino.
Recife, 30 de outubro de 2008.
Fontes consultadas
BOLO-DE-ROLO. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolo-de-rolo >. Acesso em: 24 out. 2008.
CAVALCANTI, Lectícia. Bolo de Rolo. Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1118181-EI6614,00.html>. Acesso em: 24 out. 2008.
FREYRE. Gilberto. Casa Grande e Senzala. 34. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
GUSMÃO, Flávia de. Mestrado em bolo-de-rolo. Disponível em: <http://www.gula.com.br/revista/180/textos/100/> . Acesso em: 24 out. 2008.
_______. Patrimônio da gula. Continente Multicultural, Recife, ano 8, n. 90, p. 14-17, jun. 2008.
QUITUTES pernambucanos: bolo-de-rolo e bolo Souza Leão. Disponíveis em: <http://vejasaopaulo.abril.com.br/red/blogs/omelhordobrasil/2008/07/quitutes-pernambucanos-bolo-de-rolo-e.shtm. Acesso em: 31 out. 2008. Site de onde foi extraída a foto que ilustra este texto.
Como citar este texto
ANDRADE, Maria do Carmo. Bolo-de-Rolo. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2008. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/bolo-de-rolo/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)