Teatrólogo, jornalista e historiador, Vanildo Campos Bezerra Cavalcanti nasceu no Recife, na casa nº 382, da Rua do Hospício, em 12 de agosto de 1919, filho de Leopoldo Bezerra Cavalcanti e Alice Campos Bezerra Cavalcanti.
Em 1938, engajado no movimento político estudantil, colaborou com O Fanal, jornal de estudantes recifense, que trouxe no seu primeiro número, em1937, a seguinte apresentação:
Combatemos pelos elevados interesses da nacionalidade, sempre que eles se acharem ameaçados e concorreremos o mais possível para a educação do brasileiro, levantamento do nível cívico do povo e aumento de prestígio moral e material da pátria brasileira.
Em 1948, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife.
Foi um dos fundadores do Teatro Popular do Nordeste (TPN), no Recife, em 1958, e da Associação dos Cronistas Teatrais de Pernambuco, onde exerceu, por quatro vezes, o cargo de presidente.
É autor de diversas peças teatrais premiadas, como A senha foi açúcar, uma peça histórica em dois atos; O violino encantado, peça infantil também em dois atos; Emilia no país da gramática, uma adaptação teatral autorizada da obra de Monteiro Lobato, premiada no concurso de Teatro Infanto-Juvenil de São Paulo e elogiada pelo próprio escritor, e, O Lobisomem, que recebeu um prêmio da Escola de Teatro de Belas Artes.
Escreveu ainda várias outras peças como Amigos, O ditador, A queda do anjo, História antiga, Primavera, O Carola, Como conquistar mulher casada, A túnica de Deus e Os outros quinhentos.
Como jornalista profissional foi redator dos jornais recifenses Folha da Manhã, Diário da Manhã e Correio do Povo, além de responsável pela Seção de Turismo do Jornal do Commercio, do Recife.
Nomeado adido cultural do Brasil na Itália, em 1959, foi transferido no ano seguinte como adido de imprensa para a Embaixada Brasileira em Lisboa, Portugal.
Na sua volta ao Brasil, ingressou no Ministério Público, trabalhando em diversas comarcas de Pernambuco, aposentando-se como procurador.
Idealizador e presidente da Feira do Comércio e Indústria do Nordeste, conhecida como FECIN, foi também um dos fundadores da União Brasileira de Escritores, Secção Pernambuco, e do Centro de Estudos de História Municipal, ligado a extinta Fundação Instituto de Administração Municipal (FIAM).
Foi membro das Academias Pernambucana e Olindense de Letras e do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano.
Entre 1951 e 1968, colaborou com o Boletim da Cidade do Recife,escrevendo matérias sobre a cidade do Recife, na Seção Ruas e Cais.
É autor, entre outras, das seguintes publicações: Recife do corpo santo(1976), livro que recebeu o Prêmio Joaquim Nabuco; Das razões do farol de Olinda; Olinda e sua formação literária; O republicano Bernardo Vieira de Melo e Centenário de Bastos Tigre, artigos publicados na Revista do Arquivo Público, entre 1976 e 1982; O Recife e a origem dos seus bairros centrais,publicado no livro Um tempo do Recife, organizado por Nilo Pereira (1978); Olinda do Salvador do mundo: biografia da cidade (1986).
Vanildo Bezerra, como era mais conhecido, morreu no dia 17 de fevereiro de 1988. Seu corpo foi velado na Academia Pernambucana de Letras e sepultado no Convento de São Francisco de Olinda.
Recife, 29 de janeiro de 2010.
Fontes consultadas
ALVES, Audálio et al. Seleta de autores pernambucanos. Rio de Janeiro: Jornal de Letras; Recife: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, 1987. p. 600-602.
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. Efemérides pernambucanas. Recife: Edição do Autor, 2009. p. 179-180.
NASCIMENTO, Luiz do. História da imprensa de Pernambuco. Recife: Fundaj/UFPE, 2009. v. 9 (CD-Rom).
VANILDO Bezerra Cavalcanti. Boletim da Cidade e do Porto do Recife, Recife, n. 63-169, p.112, jan./dez. 1957-1967.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Vanildo Bezerra Cavalcanti. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2010. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/vanildo-bezerra-cavalcanti/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2009.)