A UR7 está localizada no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, tendo como vizinhas as comunidades Loteamento Cosme e Damião, Rosa Selvagem, Jardim Petrópolis, Jardim Teresópolis, entre outros, e estando próxima das cidades de Camaragibe e São Lourenço da Mata. Sua história encontra-se inserida no contexto de formação do bairro da Várzea.
Várzea é o nome dado aos terrenos baixos e planos, sem alagadiços, que margeiam os rios e os ribeirões. A ocupação dessa região se deu nos primórdios da colonização portuguesa em Pernambuco, na primeira metade do século XVI. A área escolhida pelos portugueses para o plantio de cana-de-açúcar foi a Várzea do Capibaribe, e o primeiro engenho da região foi o de Santo Antônio. As terras eram férteis, com água em abundância e logo os engenhos se multiplicaram. Por volta de 1630, encontravam-se 16 engenhos de açúcar em plena atividade e, à margem direita do rio, um povoado teve imediato desenvolvimento, convertendo-se numa freguesia.
No final da primeira metade do século XIX, a Várzea tornou-se o centro de uma disputa como colônia de férias. As águas cristalinas do rio atraíam recifenses que vinham de todas as partes da cidade para aproveitar banhos que diziam ter poder de cura. Isto dura até meados de 1880, quando teve início a poluição do Capibaribe, e a prática de tomar banhos de rio perde sua força.
O bairro da Várzea é o segundo maior em extensão territorial do município do Recife, com 2.264 hectares, bastante arborizado, cortado pelo rio Capibaribe e de clima agradável. Seu comércio não é muito expressivo; contudo, conta com diversas atividades culturais.
Sobre a educação, a primeira escola construída foi a Maria da Conceição, sendo esta a sede das missas aos domingos pela manhã, porque não havia igreja. Atualmente, o bairro conta com várias escolas, municipais, estaduais e particulares. A maioria dos moradores relata que o ensino é bom, mas sugere a construção de mais escolas e creches, pois o número de vagas não é suficiente para atender à comunidade.
Quanto à saúde, o atendimento é considerado precário, havendo apenas uma Unidade Básica de Saúde da Família (PSF), onde faltam médicos e medicamentos e a espera para marcação de consultas e exames é longa. A segurança também é apontada pelos moradores como um indicador social que necessita de melhorias, com rondas policiais mais expressivas.
O comércio existia através de “vendas”, onde os moradores compravam produtos em pequena quantidade e sem variedade. Hoje, há um comércio de pequeno porte, com estabelecimentos, como padarias, lojas populares, supermercados, farmácias, quitandas e restaurantes. O comércio informal também é observado com frequência.
Sobre os lugares de lazer e convívio social, pode-se citar praças de pequeno porte e dois campos de futebol. A mata de São João da Várzea, ou simplesmente Mata de Brennand, também é um local utilizado para o lazer, principalmente para caminhadas e banhos na bica.
Recife, 6 de novembro de 2019
* Este texto faz parte do projeto Interagindo com a História do Seu Bairro, uma parceria da Fundação Joaquim Nabuco com o Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores.
Fontes consultadas
VAINSENCHER, Semira Adler. Instituto Ricardo Brennand. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2012. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/instituto-ricardo-brennand/. Acesso em: 6 nov. 2019.
SILVA, Leonardo Dantas. Várzea (Bairro, Recife). In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2019. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/varzea-bairro-recife/. Acesso em: 6 de nov. de 2019.
Como citar este texto
PIRAUÁ, Isabela Cabral de M. Dantas, SILVA; Janeide Correia de Melo; VITOR; Karla Karoline Silva. UR7 Várzea. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2019. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/ur7-varzea/. Acesso em: dia mês ano (Ex.: 6 nov. 2021).