[...] Sinto-me preso ao Recife com a resignação de um condenado à prisão perpétua. Pés de chumbo, asas cortadas. Lar e exílio ao mesmo tempo. Nunca, porém, um Robinson Crusoé cansado da sua ilha. [...].
(Renato Carneiro Campos. Sempre aos domingos).
Renato Accioly Carneiro Campos, ensaísta, jornalista e escritor, nasceu no dia 8 de março de 1930, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, estado de Pernambuco, filho de Fernando Carneiro R. Campos e Maria do Carmo Accioly Campos.
Tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1953. Estudou Sociologia em Paris, com o Professor Joffre Dumazedier.
Foi pesquisador e diretor do Departamento de Sociologia do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, hoje Fundação Joaquim Nabuco, professor de Literatura do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco e vice-coordenador do Seminário de Tropicologia.
Colaborou em revistas e jornais na área de folclore, sendo um dos mais lidos e admirados cronistas pernambucanos. Suas crônicas semanais publicadas no Diario de Pernambuco foram reunidas em um livro sob o titulo Sempre aos domingos, lançado em 1984, como uma homenagem póstuma. Nessa primeira edição a capa é de autoria do pintor José Cláudio (Pássaro bicando goiaba). Em 2006, foi lançada uma segunda edição, prefaciada por Jacy Bezerra, acrescida com ensaios do seu irmão Maximiano Campos, da sua filha Evangelina Carneiro Campos (Vanja), dos escritores José Paulo Cavalcanti, Marcus Acioly e do pintor João Câmara, responsável pela ilustração da capa, que retrata a Ponte Maurício de Nassau, no Recife.
É autor também das seguintes obras: Folhetos populares na zona dos engenhos de Pernambuco, 1955; Ideologia dos poetas populares do Nordeste, 1959; Arte, sociedade e região, 1960; Carlos Pena Filho: poeta de cor, 1967;Igreja, política e região, 1967; Tempo amarelo e outros tempos, 1980, lançado após sua morte.
Renato Carneiro Campos morreu aos 46 anos, no dia 31 de janeiro de 1977, no Recife, cidade que ele tanto amou e sobre a qual tanto escreveu.
A Fundação Joaquim Nabuco, como uma homenagem póstuma, deu seu nome a um dos edifícios, no Campus Anísio Teixeira, em Apipucos. Na ocasião foi feita no local a aposição de um retrato do escritor, de autoria de João Câmara e realizado o lançamento da segunda edição do seu livro Ideologia dos poetas populares do Nordeste.
Em 2007, por ocasião das comemorações dos trinta anos da morte do escritor, o Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco realizou uma sessão especial no auditório da Instituição, que passou então a ter o seu nome.
Recife, 29 de janeiro de 2010.
Fontes consultadas
CAMPOS, Maximiano. O meu irmão Renato Carneiro Campos. Recife: IJNPS, 1978. 11 p. Texto lido em 18 de agosto de 1978 no Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, durante homenagem póstuma a Renato Carneiro Campos.
ENCICLOPÉDIA Nordeste. Categoria: celebridades. Disponível em: http://www.alepe.pe.gov.be/perfil/links/RenatoCarneiroCampos.html. Acesso em: 6 jan. 2010.
FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Departamento Administrativo. Divisão de Pessoal. Recife, 23 jul. 2009.
INSTITUTO Joaquim Nabuco presta homenagem póstuma a Renato Carneiro Campos. Diario de Pernambuco, Recife, 18 ago. 1977.
Como citar este texto
ANDRADE, Maria do Carmo Gomes de. Renato Careiro Campos. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2010. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/renato-carneiro-campos/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)