Filho do comerciante inglês de Liverpool, John Theodore Koster, Henry Koster nasceu em Lisboa, Portugal. Não se sabe ao certo a data do seu nascimento, mas ao chegar no Recife, no dia 7 de setembro de 1809, consta que tivesse 25 anos de idade.
Considerado um dos mais importantes cronistas sobre o Nordeste brasileiro, Koster viajou para o Brasil em busca de um clima tropical para curar uma tuberculose.
Teve um papel importante na vida social, artística e até política do Recife na época. Fez muitas amizades, conheceu governadores, senhores-de-engenho, comerciantes, coronéis.
Falava o português com fluência, o que fazia com que algumas pessoas duvidassem da sua nacionalidade, tratando-o brasileiramente por Henrique da Costa.
Em 1810, sentindo-se bem melhor da doença que o acometia, resolveu viajar a cavalo para a Paraíba e de lá foi até Fortaleza, no Ceará. Voltou ao Recife no início de fevereiro de 1811 e já no final do mês viajou novamente, desta vez por mar, para o Maranhão, de onde regressou para a Inglaterra.
Em 27 de dezembro do mesmo ano, voltou ao Recife e fez uma viagem ao sertão de Pernambuco. Quando retornou, arrendou o engenho Jaguaribe, na ilha de Itamaracá, tornando-se agricultor e senhor-de-engenho.
Como bom observador anotava, com detalhes, tudo o que via em suas viagens e no seu dia-a-dia. Tomava parte da vida brasileira, conhecendo seu povo, seus usos e costumes, convivendo nas ruas com as mais diferentes camadas da população e freqüentando festas da sociedade local.
Retornando à Inglaterra, em 1815, resolveu escrever um livro sobre o Brasil. Publicou-o em Londres, sob o título Travels in Brazil, em 1816. A obra obteve uma grande repercussão na Europa, com várias edições publicadas em diversas línguas. A primeira edição brasileira do livro, com tradução de Luís da Câmara Cascudo, foi publicada em 1942, com o título Viagens ao Nordeste do Brasil.
Koster não pretendia voltar ao Brasil, mas ao concluir o livro e sentindo o recrudescimento da tuberculose, retornou a Pernambuco em 1817.
Transferiu-se depois para a Goiana, ao norte de Pernambuco, à procura de um clima melhor para sua saúde. Segundo informações de um outro viajante inglês, seu contemporâneo James Henderson, Henry Koster teria retornado ao Recife em fins de 1819, onde faleceu no início de 1820, sendo enterrado no Cemitério dos Ingleses, em local não identificado.
Recife, 29 de junho de 2004.
Fontes consultadas
ANJOS JÚNIOR, João Alfredo dos (Org.). Viajantes ingleses no Nordeste do Brasil no século XIX. Recife: Fundaj; Instituto de Documentação. Biblioteca Central Blanche Knopf; The British Council, 1991. [Não paginado]. Catálogo de exposição bibliográfica.
SILVA, Leonardo Dantas. Viajantes: a paisagem vista por outros olhos. Ciência &Trópico,Recife, v. 28, n. 2, p. 249-260, jul./dez. 2000.
SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas (Org.) O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Fundaj, Ed. Massangana; Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Educação e Cultura, 1992. p. 78.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Henry Koster. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2004. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/henry-koster/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)