Luiz Viana Filho nasceu no dia 28 de março de 1908, em Paris, mas foi registrado no Distrito da Sé, em Salvador, Bahia, filho do conselheiro Luiz Viana, presidente da Província da Bahia (1896-1900) e senador da República(1911-1920) e de Joana Gertrudes Fichtner.
Fez o ensino fundamental nos colégios Anchieta, em Friburgo (RJ), e Aldridge, no Rio de Janeiro, e o médio no Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, e no Ginásio da Bahia, em Salvador.
Ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, em 1925, iniciando-se também no jornalismo como colaborador dos jornais baianos Diário da Bahia e A Tarde.
Em 1929, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Socais e começou a participar da política partidária brasileira como um grande opositor da Revolução de 1930.
Além de jornalista, atuou como advogado em parceria com Aliomar Baleeiro e Álvaro Nascimento.
Casou-se, em 1931, com Julieta Pontes, com quem teve seis filhos: Frederico, Luiz, Lia, Julieta, Celina e Maria Lúcia.
Candidatou-se, pelo Partido Libertador da Bahia, à Assembléia Nacional Constituinte de 1933-1934, sendo eleito como o mais jovem deputado da época.
Por causa da dissolução do Congresso Nacional, em 1937, com a instauração do Estado Novo, passou a dedicar-se ao ensino e ao jornalismo, durante todo o governo de Getúlio Vargas. Foi professor de Direito Internacional Público, da Faculdade de Direito da Bahia; professor catedrático concursado de Direito Internacional Privado e professor nomeado para a cadeira de História do Brasil, da Faculdade de Filosofia da Bahia.
Após a queda do Governo Vargas, foi eleito deputado federal para a Constituinte de 1946, retornando à vida política brasileira e sendo reeleito para as legislaturas de 1950, 1954, 1968, 1962 e 1966.
Começou a se interessar por biografias, publicando a de Rui Barbosa, em 1941. Posteriormente, publicou as de Joaquim Nabuco, Barão do Rio Branco, Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queirós e Anísio Teixeira. Segundo o escritor Gilberto Freyre, [...] O professor Luiz Viana teve a coragem de tratar os seus biografados como homens, admitindo neles fraquezas, erros, contradições, deficiências, compensadas por virtudes ou talentos excepcionais [...].
Eleito para ocupar a Cadeira nº 22 da Academia Brasileira de Letras, em 8 de abril de 1954, tomou posse no dia 15 de abril de 1955, sendo recebido por Menotti Del Picchia.
Foi membro de várias instituições históricas e culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia; a Academia de Letras da Bahia; o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; a Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Portuguesa de História.
Em 1964, convidado pelo presidente Castelo Branco, chefiou a Casa Civil da Presidência da República e, em 1966, concorreu ao governo da Bahia, numa eleição indireta – característica da época do regime militar por ele apoiado – tomando posse em 15 de março de 1967. Como governador da Bahia (1967-1971), implantou o parque industrial e o Polo Petroquímico, em Aratu, na Bahia; ampliou a rede escolar do estado; criou o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), o Museu de Arte da Bahia (MAB) e a Biblioteca Pública dos Barris.
Eleito senador, em 1974, exerceu os cargos de presidente da Comissão de Relações Exteriores e do próprio Senado Federal, no biênio 1979-1980, além de ampliar a Biblioteca da instituição, que, em 1997, adquiriu a sua biblioteca particular, composta por mais de 11.000 volumes e cerca de trezentas obras raras e preciosas (Coleção Luiz Viana Filho).
Professor, jornalista, político, biógrafo, historiador e ensaísta, Luiz Vianna Filho deixou diversas obras, entre as quais podem ser destacadas:
O Direito dos empregados no comércio (1932); A língua do Brasil (1936); A Sabinada: A república baiana de 1837 (1938); A vida de Rui Barbosa (1941); A verdade na biografia (1945); O negro na Bahia (1946); Rui e Nabuco (1949); A vida de Joaquim Nabuco (1952); Antologia de Rui Barbosa (1954); A vida do Barão do Rio Branco (1959); Da nacionalidade das sociedades (1959); Afrânio Peixoto (1963); A vida de Machado de Assis (1965); O Governo Castello Branco (1975); Rui Barbosa: seis conferências (1977); A vida de José de Alencar (1979); Três estadistas: Rui, Nabuco, Rio Branco (1981); A vida de Eça de Queiroz (1983); Petroquímica e industrialização da Bahia : 1967-1971 1984); Octavio Mangabeira: um homem na tempestade (1986); Anísio Teixeira: a polêmica da educação (1990).
Morreu em São Paulo, no dia 5 de junho de 1990, quando exercia o último ano do seu segundo mandato como senador da República (1982-1990).
Recife, 20 de outubro de 2010.
Fontes consultadas
ATO solene comemora os 100 anos de Luiz Viana Filho. Disponível em: <http://www.bahiaemfoco.com/noticia/6164/ato-solene-comemora-os-100-anos-de-luiz-viana-filho>. Acesso: 20 out. 2010.
BOAVENTURA, Edivaldo M. (Org.). Homenagem a Luiz Viana Filho. Brasília, D.F.: Senado Federal, 1991.
COLEÇÃO Luiz Viana Filho. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/senado/biblioteca/acervo/colecao_luizvianafilho.asp>. Acesso em: 18 out. 2010.
LUIZ Viana Filho. Disponível em:<http://www.senado.gov.br/senado/biblioteca/acervo/LVF100/vida_01.shtm>. Acesso em: 15 out. 2010.
LUIZ Viana Filho [Foto neste texto]. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2008/03/26/luiz-viana-filho-destacou-se-na-vida-cultural-e-politica-do-brasil>. Acesso em: 23 mar. 2018.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Luiz Viana Filho. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2010. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/luiz-viana-filho/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)