Pertencente ao ramo pobre de uma família baiana, Rui Barbosa nasceu em Salvador no dia 5 de novembro de 1849. Foi advogado, jornalista, parlamentar, diplomata, professor, intelectual e gênio máximo da oratória política e social brasileira.
Aos dezesseis anos, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, onde estudou por dois anos. Transferiu-se para a Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, integrando a famosa geração acadêmica da revolução liberal, que se destacou como centro de idéias revolucionárias. Bacharelou-se em 1890.
O direito e o jornalismo o seduziam. Iniciou, em 1872, no Diário da Bahia e em comícios, campanha em defesa de eleições diretas e da abolição da escravatura. Defendeu, ainda, o regime federativo e a liberdade religiosa. Fundou o jornal A Imprensa. Em 1876, casou-se com Maria Augusta Viana Bandeira.
Com a proclamação da República, em 1889, ocupou a pasta da Fazenda do governo Deodoro, exercendo decisiva influência na consolidação jurídica da República. É de sua autoria o Projeto da Constituição de 1891. Posteriormente, por conta de sua forte oposição ao governo Floriano Peixoto, foi processado e perseguido como rebelde. Os desacertos governistas o levaram a adotar doutrinas novas, impetrando habeas-corpus contra decretos que acarretaram a prisão ilegal de civis e militares, entre as quais a de Alexandre José Barbosa Lima. Acabou exilado em Buenos Aires, Lisboa e Londres, de setembro de 1893 até junho de 1895, quando retornou ao Brasil.
No governo Afonso Pena conseguiu notoriedade mundial ao representar o Brasil na II Conferência de Haia, na Holanda, defendendo o princípio da igualdade das nações, formulando brilhante defesa da soberania dos pequenos Estados.
Como político foi senador e duas vezes candidato à Presidência da República. Não foi vitorioso, mas deixou uma coletânea de discursos, notáveis pela beleza da forma, pela paixão civilista e liberal e pelo estudo de costumes políticos brasileiros. Lutou pela reforma do ensino e pela libertação dos escravos.
Na literatura é apontado por muitos como o maior escritor brasileiro, pela correção, pureza e beleza de sua linguagem. Sócio fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira no 10 e sucedeu a Machado de Assis na presidência da Casa. Suas obras mais conhecidas são Oração aos moços, Abolicionismo, A queda do Império, Oração dos apóstolos, Cartas da Inglaterra, Contra o militarismo e O Papa e o Concílio.
Morreu em 1º de março de 1923, em Petrópolis, Rio de Janeiro, vítima da paralisia bulbar. Deixou uma obra calçada num único ideal: o amor à liberdade e o culto da justiça.
Recife, 11 de julho de 2003.
Fontes consultadas
DUARTE, Luiz Vital. Ruy Barbosa, sua obra, sua personalidade. Recife: Cepe, 1984.
LACOMBE, Américo Jacobina. À sombra de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1984. RUI Barbosa (foto). Disponível em: http://diariodeouropreto.files.wordpress.com/2007/04/rui_barbosa.gif. Acesso em: 31 out. 2007.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Rui Barbosa. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/rui-barbosa/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2009.)