Médico, escritor e jornalista, Leduar Figueirôa de Assis Rocha nasceu no dia 2 de setembro de 1904, na cidade de Olinda, Pernambuco.
Fez o ensino fundamental e médio em colégios do Recife e Olinda, formando-se, em 1934, na décima turma da Faculdade de Medicina do Recife, então localizada no bairro do Derby.
Descendente de uma família de jornalistas, os Figuerôa, que por muito tempo foram donos do Diario de Pernambuco, começou a trabalhar na imprensa em 1925, como revisor do jornal A Província, atuando também, posteriormente, no A Notícia e no Jornal Pequeno.
Foi articulista do Jornal do Commercio do Recife, de 1965 a 1978, e também colaborador do Diario de Pernambuco, onde escreveu basicamente sobre assuntos ligados à história da medicina e de suas instituições em Pernambuco.
Por meio da atividade jornalística, como jornalista, ele conseguiu realizar seu objetivo primeiro que era ser médico.
Eu me formei em Medicina por idealismo. Durante quase cinquenta anos de vida profissional não consegui realizar um “pezinho de meia”. Fui muito mais um médico dos pobres do que daquelas pessoas que me podiam recompensar bem. Tudo quanto ganhava tinha de reverter no sustento da família, sempre crescendo, pois tinha onze filhos, que graças a Deus, consegui educar e dar uma diretriz acertada na vida. (Depoimento para o Museu da Imagem e do Som).
Quando ainda estudante de medicina, trabalhava na Diretoria dos Correios de Pernambuco. Ao terminar o curso, foi aproveitado para, inicialmente, ser perito médico e depois chefe do Serviço Médico do Órgão, cargo que ocupou durante 27 anos. Por isso dizia que os Correios foram a base econômica da sua vida.
Leduar desenvolveu também diversas atividades profissionais em instituições públicas de assistência médica, como na Clínica Dermatológica do Hospital Pedro II e no Hospital Infantil Manoel de Almeida, além de exercer os cargos de professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade de Pernambuco (UPE).
Colaborou com o professor José Octávio de Freitas na direção da Sociedade de Medicina de Pernambuco e foi membro do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco.
No dia 20 de setembro de 1955, foi eleito para a Academia Pernambucana de Letras, tomando posse no dia 26 de janeiro de 1956, ocupando a cadeira n º 15, cujo patrono é Francisco Cismontano.
Participou de diversas instituições, como a Academia Olindense de Letras; o Instituto Histórico de Olinda; a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição dos Militares e exerceu, ainda, o cargo de secretário da Academia Pernambucana de Medicina, fundada no Recife, em 27 de dezembro de 1970, onde também ocupou a cadeira nº 5, que tem como patrono Antônio Peregrino Maciel Monteiro.
Fundou e dirigiu o Jornal de História da Medicina e contribuiu para a publicação de dois periódicos na área médica: Revista Brasileira de Medicina eJornal de Medicina de Pernambuco.
É autor de diversos livros, entre os quais podem ser destacados:
- Memória histórica sobre a data do estabelecimento dos Correios em Pernambuco, 1927;
- Médicos, cirurgiões e boticas, 1941;
- Figueirôa do Diario: ensaio biográfico do homem e da obra, 1946;
- Aforismo de Hipócrates, 1952;
- Velhos médicos, velha medicina, 1953;
- Notas sobre um higienista pernambucano [Joaquim de Aquino Fonseca] do século XIX, 1955;
- Efemérides médicas pernambucanas dos séculos XVI, XVII e XVIII, 1956;
- Subsídios para a história do Pronto Socorro do Recife, 1957;
- Padre Antonio Manuel Félix: apóstolo dos hansenianos de Pernambuco, 1958;
- História da medicina em Pernambuco, 1960 (v.1) e 1962 (v.2);
- História da odontologia em Pernambuco, 1963;.
- Ética e medicina, 1965;
- Riachuelo, 1865, 1965;
- Do Forte do Matos à rua da Aurora: subsídios para a história do "Palácio Joaquim Nabuco", 1967;
- Flagrante de um congresso, 1971;
- Instituição do ensino médico em Pernambuco: achegas a sua história, 1974;
- Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, 1975;
- Anais da medicina pernambucana, 1842-1844, 1977;
- Hospital Infantil: memória de meio século, 1979;
- Pediatria e puericultura em Pernambuco, 1987.
- Forte do Brum: patrimônio histórico nacional (sem indicação de data).
Publicou, ainda, vários artigos em periódicos pernambucanos como Arquivos (Prefeitura do Recife), Anuário de Olinda, Revista do Museu do Açúcar, Nordeste, Caderno Moinho Recife.
Devido a sua importância para a medicina e a literatura médica do Estado, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores em Pernambuco o homenageou elegendo 2004 como o Ano Literário Leduar de Assis Rocha.
Leduar Figuerôa de Assis Rocha morreu, aos 90 anos, no dia 25 de outubro de 1994, sendo sepultado no Cemitério de Santo Amaro no Recife.
Recife, 20 de janeiro de 2009.
Fontes consultadas
ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS. Centenário da Academia Pernambuco da Letras: os de ontem, os de hoje, os de sempre. Recife, 2001.
AOS 90 anos, morre Leduar de Assis Rocha. Jornal do Commercio, Recife, 26 out. 1994.
MUITA história para contar. História, ano 1, n. 1, maio/jul. 2004. Disponível em:. Acesso em: 30 dez. 2008.
TÁVORA, José Geraldo. Presença médica na Academia Pernambucana de Letras, 1921-1995. Recife: UFPE, Ed. Universitária, 1996. p. 265-289.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Leduar de Assis Rocha. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2009. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/leduar-de-assis-rocha/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)