Os remanescentes dos Truká, cerca de 826 índios, vivem a 18 quilômetrosda cidade de Cabrobó, numa área de 1.650 hectares, na região do rio São Francisco, em Pernambuco.
A agricultura é seu principal meio de subsistência. Cultivam, principalmente, o arroz e a cebola. Na falta de chuvas as lavouras são irrigadas. Além do cultivo da terra, a única fonte de renda se limita a biscates na cidade de Ibimirim.
A pesca no rio São Francisco, que se constituía numa importante fonte de alimentos, tornou-se limitada após a construção da barragem de Sobradinho, mas ainda é uma atividade importante como meio de subsistência da comunidade.
Os Truká, para não perderem totalmente sua identidade étnica e cultural usaram a miscigenação com o negro e tiveram que abdicar e esconder os rituais da tribo.
Como uma tradição dos antepassados, continuam dançando o toré num terreiro marcado por uma cruz, onde apenas o cacique ostenta trajes mais elaborados, feitos da fibra de caroá. Os demais participantes usam sobre as roupas usuais, um pequeno saiote feitos da mesma fibra e na cabeça um enfeite de penas. Para acompanhar os cânticos utilizam como os Pankararu e os Kambiwá, maracás feitos de cabaças.
Assim com as outras comunidades indígenas de Pernambuco, a presença da Igreja Católica, através dos missionários, foi decisiva na vida dos Truká.
A língua de origem da etnia não existe mais.
Recife, 19 de agosto de 2003.
Fontes consultadas
AS COMUNIDADES indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco-Condepe, 1981.
SÁ, Marilena Araújo de. "Yaathe" é a resistência dos Fulni-ô. Revista do Conselho Estadual de Cultura, Recife, Ed. especial, p.48-54, 2002.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Índios Truká. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/indios-truka/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)