Os Kambiwá, com uma população de cerca de 1.100 índios, vivem aldeados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), numa área de 2.700 hectares, localizada nos municípios de Ibimirim, Inajá e Floresta, na região do Moxotó, em Pernambuco.
A reserva, criada em 1971, reuniu cerca de cem famílias que se encontravam vagando pela região, devido às perseguições dos grande proprietários de terra.
A comunidade Kambiwá tem na agricultura o seu principal meio de subsistência, apesar da má qualidade do solo, da carência de água e das condições climáticas, com constantes períodos de seca.
Eles plantam milho, feijão, mandioca e mamona. A produção é pequena sendo a sua maior parte destinada ao consumo. O pouco que sobra é comercializado na feira livre de Ibimirim.
A plantação de mandioca destina-se ao fabrico de farinha, alimento básico na dieta dos indígenas, produzida na casa de farinha da reserva.
Praticam também a caça como atividade complementar de subsistência e se dedicam à extração do mel de abelhas.
O artesanato, produzido em pequena escala, constitui-se de peças para os trajes rituais e de aiós (bolsas para caça), confeccionados com a palha do ouricuri e a fibra do caroá.
Suas manifestações culturais refletem a longa história de perseguições que sofreram.
Ainda que assumam os costumes e comportamento dos não-índios, conservam alguns traços da sua antiga cultura, como rituais, danças, o artesanato próprio e as figuras do cacique e do pajé.
O toré, dançado durante as festas da comunidade, reúne homens, mulheres e crianças que, conduzidos pelos mais velhos e ao som de maracás de cabaças, entoam cânticos em português, misturados com algumas palavras da sua antiga língua de origem, que já não existe mais.
A religião católica tem um papel importante na vida dos Kambiwá. Missas, casamentos, batizados e celebração de festas como a de São José, fazem parte dos seus costumes.
Recife, 19 de agosto de 2003.
Fontes consultadas
AS COMUNIDADES indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco-Condepe, 1981.
SÁ, Marilena Araújo de. "Yaathe" é a resistência dos Fulni-ô. Revista do Conselho Estadual de Cultura, Recife, Ed. especial, p.48-54, 2002.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Índios Kambiwá. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/indios-kambiwa/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)