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Indios Kambiwá

A comunidade Kambiwá tem na agricultura o seu principal meio de subsistência, apesar da má qualidade do solo, da carência de água e das condições climáticas, com constantes períodos de seca.

Indios Kambiwá

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 04/05/2022

Por: Lúcia Gaspar - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Documentação Científica

Os Kambiwá, com uma população de cerca de 1.100 índios, vivem aldeados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), numa área de 2.700 hectares, localizada nos municípios de Ibimirim, Inajá e Floresta, na região do Moxotó, em Pernambuco.

A reserva, criada em 1971, reuniu cerca de cem famílias que se encontravam vagando pela região, devido às perseguições dos grande proprietários de terra.

A comunidade Kambiwá tem na agricultura o seu principal meio de subsistência, apesar da má qualidade do solo, da carência de água e das condições climáticas, com constantes períodos de seca.

Eles plantam milho, feijão, mandioca e mamona. A produção é pequena sendo a sua maior parte destinada ao consumo. O pouco que sobra é comercializado na feira livre de Ibimirim.

A plantação de mandioca destina-se ao fabrico de farinha, alimento básico na dieta dos indígenas, produzida na casa de farinha da reserva.

Praticam também a caça como atividade complementar de subsistência e se dedicam à extração do mel de abelhas.

O artesanato, produzido em pequena escala, constitui-se de peças para os trajes rituais e de aiós (bolsas para caça), confeccionados com a palha do ouricuri e a fibra do caroá.

Suas manifestações culturais refletem a longa história de perseguições que sofreram.

Ainda que assumam os costumes e comportamento dos não-índios, conservam alguns traços da sua antiga cultura, como rituais, danças, o artesanato próprio e as figuras do cacique e do pajé.

toré, dançado durante as festas da comunidade, reúne homens, mulheres e crianças que, conduzidos pelos mais velhos e ao som de maracás de cabaças, entoam cânticos em português, misturados com algumas palavras da sua antiga língua de origem, que já não existe mais.

A religião católica tem um papel importante na vida dos Kambiwá. Missas, casamentos, batizados e celebração de festas como a de São José, fazem parte dos seus costumes.

 

 

 

Recife, 19 de agosto de 2003.
 

Fontes consultadas

AS COMUNIDADES indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco-Condepe, 1981.

SÁ, Marilena Araújo de. "Yaathe" é a resistência dos Fulni-ô. Revista do Conselho Estadual de Cultura, Recife, Ed. especial, p.48-54, 2002.

Como citar este texto

GASPAR, Lúcia. Índios Kambiwá. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/indios-kambiwa/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)