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Coleção Comendador Baltar

O Comendador José Ferreira Baltar foi um homem que teve amor pela nossa tradição e pelo nosso passado (FERNANDES, 1929. p.24), e isso fez com que ele coletasse, ao longo da vida, objetos que representassem diversos momentos da história pernambucana. A coleção do Comendador foi adquirida pelo governo do estado de Pernambuco para compor o acervo do recém-criado Museu Histórico e de Arte Antiga de Pernambuco, o atual Museu do Estado.

Coleção Comendador Baltar

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 30/05/2023

Por: Rodrigo Cantarelli - Arquiteto e Museólogo da Fundação Joaquim Nabuco - Doutor em História

O Comendador José Ferreira Baltar foi um homem que teve amor pela nossa tradição e pelo nosso passado (FERNANDES, 1929. p.24), e isso fez com que ele coletasse, ao longo da vida, objetos que representassem diversos momentos da história pernambucana.

Em 1928 parte da coleção do Comendador foi adquirida pelo governo do estado de Pernambuco para compor o acervo do recém-criado Museu Histórico e de Arte Antiga de Pernambuco, o atual Museu do Estado. Essa aquisição se deu em dois momentos, primeiramente se comprou a coleção de pinturas do artista pernambucano Telles Júnior, e num segundo momento, já em leilão, o restante da coleção hoje pertencente ao museu, que pode ser dividida em dois grandes grupos: Etnografia Amazônica e Iconografia Pernambucana. O primeiro deles consta de aproximadamente duzentos e cinquenta objetos produzidos por etnias da região amazônica; já o segundo, aproximadamente cento e oitenta imagens e documentos relativos à Pernambuco desde o período da Invasão Holandesa até o princípio do Século XX.

Pouco se sabe a respeito da formação da coleção do Comendador Baltar, e menos ainda no que se refere à parte de etnografia. Bastante diversa, essa coleção compreende cerâmicas, armas, instrumentos musicais, máscaras, cocares, tangas, brincos e outros objetos utilitários ou de adorno de diversas etnias amazônicas como os Karajás, Cachibés e Anurinús além de cerâmicas marajoaras. A outra parte da coleção adquirida é essencialmente composta de imagens sobre Pernambuco e pode ser subdividida em três grupos: Ocupação Holandesa; o Recife no Século XIX; e, por último, um conjunto de pinturas de Telles Júnior.

Na coleção formada pelo Comendador, hoje exposta em diversas salas do Museu do Estado de Pernambuco, é enorme a sequência de vistas enfocando a paisagem do Recife e os seus arredores, formada por gravuras, pinturas e fotografias que, em diferentes épocas, documentaram estes cenários, mostrando aspectos primitivos e reconstituindo a paisagem pernambucana, em especial recifense, durante quase três séculos de história.
 
 
Recife, 4 de fevereiro de 2014.

Fontes consultadas

CANTARELLI, Rodrigo. Contra a conspiração da ignorância com a maldade: a Inspetoria de Monumentos de Pernambuco. Recife: Fundaj, Editora Massagana, 2013.

FERNANDES, Anníbal. Relatório da Inspetoria Estadual dos Monumentos Nacionais: apresentado a 28 de abril de 1928 ao Sr. Secretário da Justiça e Negócios Interiores. Recife: Imprensa Oficial, 1929. 62 p.

O MUSEU do Estado de Pernambuco (catálogo). São Paulo: Banco Safra, 2003.
 

Como citar este texto

CANTARELLI, Rodrigo. Coleção Comendador Baltar. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2014. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/colecao-comendador-baltar/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)