Na cidade de Caruaru, em Pernambuco, no dia 14 de maio de 1932, nascia Clóvis Pereira dos Santos, filho de Luiz Gonzaga Pereira dos Santos e de Maria do Carmo Santos. Do seu pai, um clarinetista da banda musical Nova Euterpe, ele herdaria a aptidão para a música. E, com ele, ainda, aprenderia a tocar clarineta e realizaria os estudos de teoria musical e de solfejo.
Em 1950, Clóvis foi morar no Recife, onde estudou piano com os professores Manoel Augusto dos Santos e Josefina Aguiar, no Conservatório Pernambucano de Música da Escola de Belas Artes, entidade que faz parte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E, com o maestro Guerra Peixe, aprendeu harmonia, composição e orquestração. Uma década depois, Clóvis dava aulas de harmonia no III Curso Nacional de Música Sacra, promovido pela UFPE; e, em 1964, ingressava na Orquestra Sinfônica do Recife. Nesse mesmo ano, assumia a função de professor de harmonia, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A convite de Ariano Suassuna, em 1969, Clóvis compôs, para o concerto oficial de lançamento da música armorial, as primeiras obras representativas do Movimento Musical Armorial. E, no ano de 1974, representou o país nos Estados Unidos, através do Fourth International Choir Festival, e excursionou pelas cidades de Nova Iorque e Washington com o Coral Universitário da Paraíba, se apresentando, respectivamente, nos teatros Lincoln Center Performing for the Arts e Kennedy Center.
Convidado pelo governo americano, em 1986, o compositor participou do Seminário para Administradores de Escolas de Música - o Music School Administrators. Nessa ocasião, ele entrou em contato com várias universidades e instituições, e veio a se formar em harmonia moderna e orquestração, na cidade de Boston, nos Estados Unidos.
Cabe ressaltar que Clóvis Pereira dos Santos é membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea (SBMC) e professor do Curso de Graduação em Música, da Universidade Federal de Pernambuco. Além disso, o compositor recebeu o segundo prêmio no Concurso Nacional de Composição, da Secretaria de Cultura e Desporto do Estado da Paraíba; e o seu nome foi registrado na 8a. edição da Enciclopédia Britânica, no verbete Who´s Who in Music.
São de autoria de Clóvis Pereira dos Santos as seguintes composições, entre frevos, caboclinhos, maracatus, obras para coro e orquestra, e peças para orquestra sinfônica: Terno de pífanos (1954); Cantiga de roda (1956);Lamento e dança brasileira (1957); Luisinho no frevo (1968); Capiba no frevo(1969); Clovinho no frevo (1970); Aninha no frevo (1971); Três peças nordestinas (1971); Aveloz (1980); Grande missa nordestina; Cantata de Natal; Sete peças breves para piano (1990); Quarteto nº 1 para cordas (1991); Peça para orquestra sinfônica (1991); Rapsódia de ritmos pernambucanos; e Velami para quinteto de cordas (1993). Muitas de suas músicas foram gravadas no Brasil e no exterior.
Pela sua produção musical, o talentoso compositor pernambucano recebeu, ainda, entre outras homenagens, a Medalha do Mérito Educacional (do Governo de Pernambuco); o Troféu Cultura Cidade do Recife; a Medalha de Honra ao Mérito Dezoito de Maio (da Câmara Municipal de Caruaru); e o Diploma Memória Viva do Recife (da Prefeitura da Cidade do Recife).
Recife, 29 de março de 2005.
Fontes consultadas
BARRETO, José R. Paes; PEREIRA, Margarida M. de Souza; GOMES, Maria José P. Dicionário dos compositores carnavalescos pernambucanos. Recife: Cia. Pacífica, 2001.
CÂMARA, Renato Phaelante da. MPB: compositores pernambucanos: coletânea bio-músico fonográfica, 1920-1995. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1997. 149 p. (Estudos e pesquisas, 96).
CLÓVIS Pereira dos Santos. Foto nesse texto. Disponível em: <http://www.leiaja.com/cultura/2015/10/16/maestro-clovis-pereira-ganha-livro-sobre-sua-obra/>. Acesso em: 9 ago. 2016.
Como citar este texto
VAINSENCHER, Semira Adler. Clóvis Pereira dos Santos. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2005. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/clovis-pereira-dos-santos/. Acesso em:dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)