O bairro do Sancho está localizado na zona oeste do Recife, integrado à quinta Região Político Administrativa, possui uma área de 63,9 ha e cerca de 11.199 habitantes. Esse pequeno bairro está cercado por outros cinco bairros: Curado, Totó, Guanabara, Tejipió e Coqueiral, sendo difícil identificar a qual bairro os moradores pertencem, pois, as ruas começam em um bairro e terminam em outro, como é o caso da avenida principal Padre Ibiapina. Nessa Avenida estão localizados os três pontos mais importantes do bairro: Hospital Otávio de Freitas, conhecido como Hospital do Sancho; Chácara “Paraíso”, a mais antiga do bairro e; a Igreja de São João conhecida como Igreja do Galo.
O nome Sancho foi herdado do antigo dono de um belo sítio que se chamava João Ribeiro Sanches. Antigamente as famílias visitavam esse local cercado de árvores e vários tipos de vegetação onde se podia respirar um ar puro e saudável. Localizado em um pequeno morro, proporcionava aos visitantes o descanso em um ambiente tranquilo. Justamente por causa do agradável clima construíram ali uma casa de repouso, que foi utilizada pelos americanos durante a Segunda Guerra Mundial para convalescência de militares. Com o final da referida Guerra, a Casa de repouso se tornou o Hospital Otávio de Freitas e passou a ser utilizado para o tratamento de doentes com tuberculose, porém, a população se referia a ele citando o nome do bairro que começou assim a ficar conhecido.
A Igreja Matriz do Galo (antiga Capela de São João), um dos pontos mais importantes do bairro está localizada na Av. Padre Ibiapina. Foi construída pelas famílias Vilachan, Colaço Leite, Pessoa, Gibson e outros, tendo a frente Francisco Ferreira Vilachan, (comerciante de charque que se tornou joalheiro).
Nessa mesma avenida está localizada a Chácara Paraíso, uma das primeiras do bairro, onde, segundo antigos moradores, eram criados: pavões, cavalos, ovelhas, galinhas de angola e outros animais. Atualmente, porém, os proprietários utilizam a Chácara apenas para veraneio, deixando a propriedade sob os cuidados de caseiros.
Em 1873 foi autorizada a construção da antiga estação ferroviária “Great Western” que ligaria o Recife a Limoeiro. A nova ferrovia facilitava o transporte de passageiros e cargas, ajudando o crescimento de Pernambuco e do Nordeste. Nessa época se deu também o crescimento do bairro Sancho com a construção de casas em grandes sítios como Vilachan, Colaço Leite, Pessoa, Gibson, entre outros.
Em 1950 a estação encerrou suas atividades no Brasil e foi sucedida pela Rede Ferroviária do Nordeste, hoje Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA).
Apesar das novas construções e condomínios que modificaram o antigo cenário, o Bairro guarda vestígios da época em que se podia respirar ar puro em um ambiente tranquilo.
* Este texto faz parte do projeto Interagindo com a História do Seu Bairro, uma parceria da Fundação Joaquim Nabuco com o Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores.
Recife, 13 de outubro de 2016.
Fontes consultadas
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus bairros. Recife: Câmara Municipal do Recife, 1998.
FREIRE, P. e SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.
SANCHO. In: RECIFE. Prefeitura. [2016?]. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/servico/sancho. Acesso em: 10 out. 2016.
SANCHO (Recife). In: WIKIPEDIA. [São Francisco: Wikimedia Foundation, 2016]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sancho_(Recife). Acesso em: 10 out. 2016.
Como citar este texto
OLIVEIRA, Monaja Cristina Maria de; VERARDI, Cláudia Albuquerque. Sancho (Bairro, Recife). In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2016. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/sancho-bairro-recife/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)