Frans Janz Post nasceu em Haarlem, Holanda, em 1612. Alguns autores afirmam ter Post nascido em Leyden, porém, segundo Joaquim de Souza Leão, registros de batismo encontrados na Catedral de Haarlem, provam que ele era natural daquela cidade.
Pouco se conhece sobre sua formação. Não se sabe que escolas cursou nem como aprendeu a pintar. Talvez tenha freqüentado ateliês de paisagistas holandeses da época.
Era filho de Jan Janszoon Post, um renomado pintor de vitrais e irmão de Pieter Jansz Post, arquiteto particular do Conde Maurício de Nassau.
Frans Post fez parte da comitiva de Nassau ao Brasil, juntamente com Albert Eckhout e alguns naturalistas. Como paisagista, foi incumbido de documentar a topografia, a arquitetura civil e militar, cenas de batalhas navais e terrestres do Novo Mundo.
Não foi apenas o primeiro paisagista brasileiro, mas também o primeiro paisagista das Américas. Pintou paisagens brasileiras, principalmente pernambucanas, retratando fortes, cidades, vilas, engenhos, aldeias, rios, florestas, com personagens esparsos.
Durante os sete anos que ficou no Brasil, atuou como a memória viva de Maurício de Nassau, acompanhando-o em todas as suas viagens e campanhas militares. Residia no Palácio de Friburgo ou das Torres e, tudo indica, tornou-se amigo íntimo do conde governador.
Pouco se conhece da obra de Frans Post antes da sua estada no Brasil. Acredita-se que ele seja autor de 18 quadros, pintados durante o tempo que esteve no país, mas apenas sete deles podem ser vistos hoje, onze desapareceram.
Entre os mais conhecidos pode-se destacar: Ilha de Itamaracá (1637);O rio São Francisco e o forte Maurício (1638); Paisagem de Porto Calvo (1639);Forte Ceulen, no Rio Grande (1639); Forte Frederick Hendrick (1640).
Em 1644, volta à Holanda, desliga-se de Nassau, mas continua a pintar temas brasileiros, baseando-se em seus esboços e desenhos feitos no Brasil, acrescentando elementos exóticos da fauna e flora tropicais.
Em 1646, ingressa na Corporação dos Pintores de São Lucas (Luckasgilde) de onde foi diretor e depois tesoureiro.
Casou-se em 27 de março de 1950, com Jannetye Bogaert, que faleceu no dia 7 de agosto de 1664, deixando-lhe três filhos vivos: Anthoni, Jan e Rachel.
Para o estudo de sua obra pode-se destacar quatro etapas importantes: a primeira corresponde aos sete anos que passou no Brasil; a segunda ao período imediatamente posterior ao seu regresso à Holanda (1644-1659); a terceira (1659/60-1669) que é a mais fértil, o auge da sua carreira e a quarta, que corresponde a um período de decadência artística e pessoal (1669-1679).
De 1660 a 1669, no auge da sua carreira comercial, não arrisca novas composições, voltando sempre aos mesmos temas. Sua produção conhecida até hoje é constituída, exclusivamente, de quadros com temas brasileiros.
Viveu seus últimos anos de forma obscura, entregue à bebida e sem capacidade de criação. Sua última obra datada é de 1669, onze anos antes da sua morte.
Há informações que, em 1679, um ano antes de sua morte, consumido pelo alcoolismo, Post se encontrava em um estado degradante.
Frans Post morreu no dia 17 de fevereiro de 1680, sendo enterrado em Haarlem.
O Instituto Ricardo Brennand, no Recife, possui quinze quadros de Post. Sua coleção é considerada a maior do mundo. É a única instituição que conseguiu reunir obras de todas as fases da carreira do pintor holandês.
Recife, 30 de julho de 2004.
Fontes consultadas
BARATA, Mário. Tricentenário de Frans Post. Revista do Arquivo Público,Recife, v.33-34, n.35-36, p.71-74, 1979-1980.
LAGO, Bia Corrêa do (Org). Frans Post e o Brasil holandês na coleção do Instituto Ricardo Brennand:catálogo da exposição. Recife: Instituto Ricardo Brennand, 2003.
SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de. Frans Post, 1612-1680. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1948.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Frans Post. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2004. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/frans-post/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)