Estevão de Menezes Ferreira Pinto nasceu no dia 17 de fevereiro de 1895, na Rua do Açougue (hoje Moreira Lima), centro comercial de Maceió, capital de Alagoas.
Foi aluno do Colégio Diocesano, em Maceió, mudando-se para o Recife, em 1912, onde cursou o Preparatório para ingressar na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, no ano de 1917. Foi colega de faculdade de Barbosa Lima Sobrinho e Sylvio Rabello.
No mesmo ano, casa-se com Maria Cândida de Oliveira Braga.
Humanista, considerado um dos pioneiros da antropologia no Brasil, Estevão Pinto teve uma relevante atuação como historiador, sociólogo, antropólogo e folclorista, especializando-se na área de etnologia indígena, especialmente da região Nordeste do Brasil.
Exerceu diversos cargos, entre os quais o de Professor de Sociologia Educacional, em substituição a Gilberto Freyre, no Instituto de Educação de Pernambuco, assumindo posteriormente a Cátedra de História da Civilização. Exerceu também o cargo de Diretor do Instituto.
Foi um dos principais responsáveis pela criação, em 1950, da Faculdade de Filosofia de Pernambuco e o seu primeiro diretor, além de ter sido o primeiro professor titular de Antropologia e Etnografia. Onze anos depois, em 1961, instalou na Faculdade, um Instituto de Antropologia.
Membro da Academia Pernambucana de Letras, fez parte de diversas sociedades científicas nacionais e internacionais, entre as quais o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; a Sociedade Brasileira de Geografia; da Sociedad Geográfica Americana (Buenos Aires); a Société des Américanistes de Paris.
Em 1952, indicado pelo sociólogo Roger Bastide e convidado pelo historiador Lucien Fébrve, proferiu uma palestra sobre a antropologia brasileira, na Escola Prática de Altos Estudos (École Pratique des Hautes Études), de Sorbonne, em Paris.
A obra de Estevão Pinto, segundo o sociólogo e político paulista Florestan Fernandes, equipara-se às pesquisas de Couto de Magalhães, Nina Rodrigues e Arthur Ramos.
Publicou, além de artigos em periódicos brasileiros e estrangeiros, os seguintes livros: Pernambuco no século XIX (1922); Lições e exercícios de História do Brasil (1930); A escola e a formação da mentalidade popular do Brasil (1931); O dever do Estado relativamente à assistência aos mais capazes (1932); O problema da educação dos bem dotados (1933); Os indígenas do Nordeste (tomo I, 1935, tomo II, Série Brasiliana, 44); A Associação Comercial de Pernambuco: livro comemorativo do seu primeiro centenário, 1839-1939 (1940); História de uma estrada-de-ferro do Nordeste (1949, Coleção Documentos Brasileiros, 61); Etnologia brasileira: Fulniô, os últimos tapuias (1956, Série Brasiliana, 285); Muxarabis & balcões e outros ensaios (1958, Série Brasiliana, 303).
É autor também de traduções dos livros: André Thevet, Singularidades da França Antártica, a que outros chamam América (1944); Alfred Métraux, A religião dos Tupinambás e suas relações com a das demais tribos Tupi-guaranis (1950), publicada pela coleção Brasiliana, v.219 e 267, respectivamente.
Estevão Pinto faleceu no Recife, em 11 de outubro de 1968.
Recife, 23 de dezembro de 2011.
Fontes consultadas
ALVES, Audálio et al. Seleta de autores pernambucanos I. Rio de Janeiro: Edições Jornal de Letras; Recife: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, 1987.
ROCHA, José Maria Tenório. Estevão Pinto, um dos pioneiros da antropologia no Brasil. Fortaleza: Fundação Waldemar Alcântara, 1994.
SOUTO MAIOR, Mário; VALENTE, Waldemar (Org.). Antologia pernambucana de folclore. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1988. p. 46.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Estevão Pinto. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2011. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/estevao-pinto/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)