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Edwiges de Sá Pereira

Data Nasc.:
25/10/1884

Data de falecimento.:
14/08/1958

Ocupação:
Poetisa, educadora e jornalista

 

Edwiges de Sá Pereira

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 04/11/2021

Por: Lúcia Gaspar - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Documentação Científica

Poetisa, educadora e jornalista, Edwiges de Sá Pereira nasceu no dia 25 de outubro de 1884, em Barreiros, Pernambuco, filha do advogado José Bonifácio de Sá Pereira e Maria Amélia Gonçalves da Rocha de Sá Pereira.

 

Revelou-se como poetisa desde a infância e começou a ensinar muito cedo. Foi professora primária e catedrática da Escola Normal, ensinando Prática Didática e Pedagogia. Preceptora da cadeira de Português, do Curso Comercial do Colégio Eucarístico. Mestra de História Geral e do Brasil, no Instituto Nossa Senhora do Carmo e superintendente de ensino em grupos escolares do Recife.

 

Segundo Dulce Chacon, uma de suas alunas, apesar de não possuir um curso universitário, sobravam-lhe o saber, a cultura geral e especializada, a inteireza do caráter, a prudência, a noção do dever, todo esse conjunto de qualidades e virtudes características da Mestra, a forjadora de personalidades e de destinos...

 

Além de educadora, foi uma pioneira na luta pelos direitos da mulher. No final do século XIX e início do XX, lutou pela conquista da emancipação feminina, tanto através de seus escritos e palestras, quanto com atitudes práticas. Naquela época já escrevia textos defendendo o divórcio. Para ela, nenhuma mulher era obrigada a viver ao lado de um homem com que não se entendesse muito bem.

 

Por sua iniciativa, foi fundada a Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino e foi uma das líderes da campanha pela conquista do voto feminino no Brasil.

 

Participou do 2º Congresso Internacional Feminista, realizado no Rio de Janeiro, apresentando a tese Pela mulher, para a mulher, onde classifica a condição da mulher brasileira em três categorias: a que não precisa trabalhar, a que precisa e sabe trabalhar e a que precisa e não sabe trabalhar, dedicando-se, especificamente, a mudar a situação desse último grupo.

 

Apesar de pioneira e revolucionária não usava roupas modernas, não fumava e saía pouco de casa. Promovia reuniões na sua residência com vários intelectuais para falar de literatura e dos principais assuntos da época no Recife e no País.

 

Foi membro efetivo da Academia Pernambucana de Letras, tornando-se a primeira mulher a tornar-se imortal, em 1920, antecipando em quase cinco décadas a vitória de Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras. Ocupou a cadeira nº 7 no lugar de João Batista Regueira Costa. Seu discurso de posse intitulado, Um passado que não morre, foi publicado como opúsculo.

 

Atuou como jornalista, colaborando com diversos órgãos da imprensa pernambucana e de outros estados.

 

Publicou entre outros os livros, Campesinas, Horas inúteis, Jóia turca, Eva Militante e A influência da mulher na educação pacifista do após-guerra.

 

Edwiges de Sá Pereira morreu no dia 14 de agosto de 1958.

 

 

 

 

Recife, 22 de março de 2004.
 

 

Fontes consultadas

ALVES, Audálio et al. Seleta de autores pernambucanos. Rio de Janeiro: Edições Jornal de Letras; Recife: Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, 1987. p.161-163.

ARAÚJO, Maria de Lourdes de. Edwiges de Sá Pereira. In: MULHERES do Brasil: pensamento e ação. Fortaleza: Ed. Henriqueta Galeno, 1971. v.2, p.427-448.

AS SUAVES amazonas de Pernambuco. Suplemento Cultural D. O. PE, Recife, ano 15, p.7, jan. 2001.

Como citar este texto

GASPAR, Lúcia. Edwiges de Sá Pereira. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2004. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/edwiges-de-sa-pereira/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)