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Aluísio de Azevedo

Data Nasc.:
14/04/1857

Data de falecimento.:
21/01/1913

Ocupação:
Escritor, Diplomata, Jornalista
 

Aluísio de Azevedo

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 26/07/2021

Por: Lúcia Gaspar - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Documentação Científica

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu na cidade de São Luís, capital do Maranhão, em 14 de abril de 1857, filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e Emília Amália Pinto de Magalhães.

Fez os cursos preparatórios na sua cidade natal e trabalhou no comércio como caixeiro e guarda-livros.

Com vocação para o desenho e a pintura, em 1876, resolveu juntar-se ao seu irmão Arthur Azevedo, no Rio de Janeiro, onde matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes.

Para conseguir se manter fazia caricaturas para diversos jornais como O Fígaro, O Mequetrefe, Semana Ilustrada e Zig-Zag.

Em 1878, por causa da morte repentina do pai, foi obrigado a regressar a São Luís para cuidar da família, passando a escrever para jornais locais.

Foi um dos fundadores e colaborador assíduo do jornal anticlerical e abolicionista O Pensador, periódico trimensal (publicado nos dias 10, 20 e 30 de cada mês), que se intitulava órgão dos interesses da sociedade moderna e era redigido por jovens sob pseudônimos. Colaborou também com o jornal Pacotilha, lançado por seus cunhados Libânio Vale e Vítor Lobato.

Iniciou a carreira de escritor com o romance Uma lágrima de mulher (1879), seguido de O mulato, um dos seus livros mais famosos, publicado em São Luís, na Tipografia de O País, em 1881. O livro escandalizou a sociedade maranhense pela linguagem crua e por tratar do preconceito racial, mas com ele o autor ganhou projeção nacional. No Rio de Janeiro, a obra foi muito bem recebida, sendo considerada como um exemplo do Naturalismo, escola literária que se baseava na fiel observação da realidade e na experiência.

Em setembro de 1881, Aluísio voltou ao Rio de Janeiro. Resolvido a ganhar e ganhar a vida como escritor, dedicou-se ao trabalho jornalístico e literário, passando a publicar seus romances nos folhetins dos jornais.

No período de 1882 a 1895, publicou sem interrupção romances, contos, crônica e peças de teatro, essas últimas em parceria com seu irmão Arthur e Emílio Rouède. Com esse último, desenvolveu uma grande amizade e cooperação intelectual, escrevendo em conjunto cinco comédias: Venenos que curam, O caboclo, Um caso de adultério, Lições para maridos e Em flagrante delito.

Membro da Academia Brasileira de Letras e fundador da cadeira nº 4, Aluisio de Azevedo gostava de abordar na sua obra os problemas sociais urbanos, com suas contradições econômicas, raciais e éticas.

Entre as suas principais obras podem ser destacadas:

Uma Lágrima de Mulher (1879); Os doidos (comédia em colaboração com Arthur Azevedo, 1879); O Mulato (1881); Memórias de um condenado (1882); Flor-de-lis (opereta) e Casa de Orates (comédias, ambas em mparceria com Arthur Azevedo, 1882); Mistérios da Tijuca (1883); Casa de Pensão (1884); Filomena Borges (1884); Venenos que curam (1886); O Caboclo (1886); O homem (1887); Fritzmark (1988); O Coruja (1889); O cortiço (1890); A República (1890); Um caso de adultério (1891); Em flagrante (1891); A mortalha de Alzira (1893); Demônios (contos, 1893); Livro de uma sogra (1895); Pegados (1897). Deixou inédito, um livro com impressões sobre o Japão, intitulado Agonia de uma raça. Em 1938, foram reunidas algumas de suas crônicas e correspondências, e publicadas pela F. Briguiet (Rio de Janeiro), o livro O touro negro.

Sem conseguir sobreviver só como escritor, em 1895, fez concurso para cônsul e ingressou na carreira diplomática. Serviu em Vigo, na Espanha, Nápoles, na Itália, Tóquio, Assunção, no Paraguai e Buenos Aires, onde passou a viver na companhia da argentina Pastora Luquez e de seus dois filhos, Pastor e Zulema, que foram por ele adotados.

Morreu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913, onde foi sepultado.

Seis anos depois, em 1919, seus restos mortais foram levados, em urna funerária para São Luís, por iniciativa do seu conterrâneo o escritor Coelho Neto (Henrique Maximiano).

 

 

 


Recife, 30 julho de 2010.

Fontes consultadas

ALUÍSIO de Azevedo [Foto neste texto]. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/biografia-aluizio-azevedo/imagens/aluisio-de-azevedo-3.jpg>. Acesso em: 11 ago.2010. 

BIOGRAFIA fundador. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=101&sid=106>. Acesso em: 28 jul.2010.

BIOGRAFIAS: Aluísio de Azevedo (1857-1913). Disponível em:<http://www.e-biografias.net/biografias/aluisio_azevedo.php>. Acesso em: 29 jul. 2010.

MIGUEL-PEREIRA, Lucia. História de literatura brasileira. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1957.  (Documentos brasileiros, 63)

MONTELLO, Josué. Aluísio Azevedo e a polêmica d’O Mulato. Rio de Janeiro: J. Olympio; Brasília, DF: INL, 1975. (Documentos brasileiros, 167).

VERISSIMO, José. História da literatura Brasileira: de Bento Teixeira (1601) a Machado de Assis (1908). Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1916.

Como citar este texto

GASPAR, Lúcia. Aluísio de Azevedo. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2010. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/aluisio-de-azevedo/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)