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Silva Jardim (Antonio)

Data Nasc.:
18/08/1860

Data de falecimento.:
01/07/1891

Ocupação:
Professor, jornalista, advogado

Formação:
Direito

Silva Jardim (Antonio)

Artigo disponível em: ENG ESP

Última atualização: 30/03/2022

Por: Maria do Carmo Gomes de Andrade - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Biblioteconomia

Antonio da Silva Jardim, professor, jornalista, advogado, expoente da propaganda republicana, nasceu no dia 18 de agosto de 1860, em Capivari, Rio de Janeiro, hoje Silva Jardim. Seu pai Gabriel da Silva Jardim era agricultor e professor de uma escola primaria, sua mãe era Felismina Leopoldina de Mendonça Jardim.

Foi criado no sítio paterno da Sapucaia, aprendeu a ler com facilidade e já aos 11 anos substituía o pai, em sua pequena escola. Em 1873, mudou-se para Niterói-RJ para fazer o curso preparatório no Colégio Silva Pontes. Em 1876, foi para o Rio Janeiro estudar no Mosteiro de São Bento.

Aos 16 anos, publicou o seu primeiro artigo político, no jornal Labarum,dos alunos São Bento. Aos 17 anos, estreou como orador de praça pública. Preocupado com as dificuldades financeiras do pai, conseguiu um emprego no comércio, onde trabalhou por pouco tempo, pois Mr. Jasper Harben, que o conhecia do Mosteiro de São Bento, o convidou para colaborar num trabalho sobre a língua inglesa.

Em 1878, mudou-se para São Paulo, onde se matriculou na Faculdade de Direito Através de Cesário de Souza Motta, antigo companheiro, conseguiu ensinar português em um colégio. Nesse mesmo ano, publicou um livro de ensaios. A convite de Herculano Marcos Inglês de Sousa, foi redator e revisor literário de A Tribuna Liberal, órgão do Partido Liberal.

Formou-se em 1882 e começou a advogar, mas sua verdadeira vocação era o magistério. Conquistou por concurso a cadeira de português da Escola Normal (1883). Casou-se em 1883, com Ana Margarida Bueno de Andrade, filha de seu mestre Martim Francisco de Andrade.

Em janeiro de 1885, Silva Jardim colocou de lado sua posição de republicano, para apoiar publicamente seu sogro, o conselheiro Martin Francisco, que era declaradamente abolicionista. Depois tentou se justificar, mas parece que não convenceu ninguém. Nesse mesmo ano, morre o conselheiro Martin Francisco e a filha recém-nascida de Silva Jardim.

Desgostoso com a morte do sogro e da filhinha mudou-se para Santos, onde fundou, ajudado pelo cunhado Martim Francisco III, a Escola José Bonifácio, estabelecimento de ensino primário e secundário. Montou, ao mesmo tempo, um escritório de advocacia. Acabaria vendendo a escola para dedicar-se exclusivamente à advocacia e ao a causa da república.

Por sua iniciativa, realizou-se em Santos, no teatro Guarani, o primeiro comício republicano do país (28 de janeiro de 1888), promovido em solidariedade aos vereadores de São Borja, processados pelo governo Imperial. O sucesso e o entusiasmo popular retiraram o professor de suas aulas e levaram-no a percorrer muitas cidades brasileiras, numa campanha de conferências e discursos de republicano revolucionário.

Em meio à campanha, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar em Santa Teresa. Continuou com os exaltados discursos e conferências, muitas vezes realizados com risco de vida e interrompidos por atentados. Foram esses discursos que prepararam a opinião nacional para a república e consagraram Silva Jardim como precursor do novo regime. Foi um dos mais atuantes propagandistas da causa  republicana, pregou a mudança de regime pela revolução. Suas idéias, no entanto, não foram bem recebidas. Entre os opositores aos métodos revolucionários de Silva Jardim estava o grande chefe republicano Quintino Bocaiúva. Silva Jardim não foi aproveitado no governo provisório nem se elegeu para constituinte.

Desgostoso, retirou-se para Europa com a mulher e o filho mais velho. Em 1º de julho de 1891, fez uma viagem de turismo à Itália, na companhia de Joaquim Carneiro de Mendonça. Participou de uma perigosa excursão ao Vesúvio e, querendo ver de perto o segredo da montanha em fogo, não atendeu aos avisos do guia e aproximou-se de tal modo de uma de suas bocas, que acabou morrendo tragado pelo vulcão.

Obras de Silva Jardim: Idéias de moço (1878); O general Osório (1879); A crítica de escada abaixo (1880); Campanhas de um propagandista (1891);Memórias e viagens (1891) – obra póstuma publicada em Lisboa.

 

Recife, 26 de julho de 2004.

 

Fontes consultadas

DORNAS FILHO, João. Silva Jardim. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936.

ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1995.

QUEIROZ, Maurício Vinhas de. Paixão e morte de Silva Jardim. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

 

Como citar este texto

ANDRADE, Maria do Carmo. Silva Jardim (Antonio). In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2004. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/silva-jardim-antonio/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2009.)