Sebastião Vila Nova nasceu em Rio Largo, Alagoas, no dia 18 de janeiro de 1944. Sua família mudou-se para o Recife quando ele ainda era criança. De origem pobre, teve que trabalhar cedo: vendeu cestas de Natal de porta em porta; trabalhou como rádio-ator em novelas das rádios Tamandaré e Clube, ganhando cachês para papéis que precisavam de voz infantil; office boy, em uma empresa de vidros; balconista da livraria Companhia Editora Nacional, onde conheceu muitos intelectuais pernambucanos e fez muitos amigos.
Cursou o ensino fundamental em escolas particulares de subúrbio e em grupos escolares.
Em 1966, ingressou no Seminário de Olinda, sendo seminarista por um ano.
Graduou-se pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, em 1971. De 1972 a 1973, fez o curso de pós-graduação no Programa Integrado de Mestrado em Economia e Sociologia, também da UFPE e, em 1989, o Curso Avançado de Língua Inglesa, no American Language Institute, da Georgetown University, em Washington, D.C.
Compôs e dirigiu a parte musical de várias peças encenadas no extinto Teatro Popular do Nordeste.
Em 1974, ganhou o Prêmio Recife de Humanidades, com o ensaio A realidade social da ficção: uma sociologia paralela, relançado, em 2005, pela Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco.
Exerceu diversas atividades como professor e diretor de departamento na UFPE e na Universidade Católica de Pernambuco. Foi professor visitante na Universidade Internacional de Lisboa, no mestrado de Ciências Políticas da Universidade Lusófona, também em Lisboa, e no Departamento de Sociologia, da Universidade de Chicago.
Em dezembro de 2002, recebeu o título de Cidadão de Pernambuco, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado.
Pesquisador do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, hoje Fundação Joaquim Nabuco, foi Superintendente do Instituto de Tropicologia e editor da revista oficial da Fundaj, a Ciência & Trópico (1991-2002).
É autor de diversos livros, entre os quais, Introdução à sociologia, sua obra mais conhecida, publicada em várias edições , sendo a primeira, em 1981;A realidade social da ficção: uma sociologia paralela (1975); Teoria completa dos dias e das noites (poesia, 1979); Desigualdade, classe e sociedade: uma introdução aos princípios e problemas da estratificação social (1982); Ciência social: humanismo ou técnica?: ensaios sobre problemas de teoria, pesquisa e planejamento social (1985); Sociologias & pós-sociologia em Gilberto Freyre: algumas fontes e afinidades teóricas e metodológicas do seu pensamento(1995); Donald Pierson e a Escola de Chicago na sociologia brasileira: entre humanistas e messiânicos (1998).
Foi colaborador dos jornais recifenses Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio, desde a década de 1970, onde publicou centenas de artigos sobre sociologia, música e literatura.
Por problemas de saúde, em 2003, Vila Nova se afastou de suas atividades intelectuais. Aos quase 73 anos de idade, o cientista, músico e poeta faleceu de falência múltipla de órgãos em Recife. Pernambuco perdeu, de acordo com Albertin (2018), no dia 1° de janeiro de 2018, “o sociólogo que mais popularizou a sociologia além de suas fronteiras propriamente acadêmicas” .
Recife, 25 de janeiro de 2008.
(contribuição nos três últimos parágrafos de Cláudia Verardi).
Fontes consultadas
ALBERTIM, Bruno. Pernambuco perde o sociólogo Sebastião Vila Nova. Jornal do Commercio, Recife, 03 jan. 2018. Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/sociedade/noticia/2018/01/03/pernambuco-perde-o-sociologo-sebastiao-vila-nova-322461.php. Acesso em: 21 mar. 2018
VILA NOVA, Sebastião. Discurso de agradecimento à Câmara dos Deputados de Pernambuco pela recepção do título de Cidadão Pernambucano, por indicação do deputado estadual Carlos Lapa. Recife, 2002.
VILA NOVA, Sebastião. Curriculum-vitae. Recife, 2000.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Sebastião Vila Nova. In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2008. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/sebastiao-vila-nova/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2009.)