José Antônio Gonsalves de Mello
Última atualização: 06/05/2022
1916
Nasce a 16 de dezembro, no Recife, filho do médico Ulysses Pernambucano de Mello (1892 - 1943) e Albertina Carneiro Leão de Mello (1893 - 1963).
1928-1932
Faz seus estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Recife e no Anglo-Brasileiro, no Rio de Janeiro.
1933-1937
Ingressa na Faculdade de Direito do Recife, bachalerando-se em 1937. A convite de Gilberto Freyre, seu primo, faz pesquisas históricas para o livro em formação, Casa-grande & senzala e, por sugestão do mesmo, no sentido de dedicar-se ao estudo da língua holandesa, nisso se empenhou. Em 1934 participa do 1º Congresso Afro-Brasileiro do Recife, apresentando um trabalho sobre a situação do negro sob o domínio holandês, publicado, em 1937.
1940-1947
Cria em 1940, no Rio de Janeiro, juntamente com refugiados holandeses e Honório Rodrigues, o Instituto Brasil-Holanda. Continua suas pesquisas nos arquivos de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, buscando e revisando documentos, na maioria inéditos, de interesse para a história de Pernambuco. Em 2 de julho de 1943 toma-se sócio efetivo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Nesta época conclui sua obra Tempo dos Flamengos, publicada em 1947.
1949-1951
Convidado por Gilberto Freyre, assume em agosto de 1949 a Direção Executiva do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, hoje Fundação Joaquim Nabuco, sendo, portanto, o primeiro diretor, com a difícil tarefa de organizar a instalação do órgão e a iniciar seu funcionamento. Em 1951, devido ao fato de ser funcionário de autarquia, não foi possível a sua permanência no Instituto, por incompatibilidade funcional. A partir de 1950 é o encarregado de pesquisas históricas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
1951 -1953
Vai para Portugal enviado pelo Reitor da Universidade do Recife, professor Joaquim Amazonas, com a missão de fazer pesquisas de interesse para a história do Nordeste do Brasil, e particularmente de Pernambuco, nos arquivos da Torre do Tombo, Biblioteca Nacional de Lisboa, da Ajuda, de Évora e do Porto, onde permanece até 1952. De volta ao Recife, em 1953 ocupa a cadeira de História da América, na Universidade do Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco, da qual foi professor catedrático até 1977.
1954-1956
Como resultado de suas pesquisas nos arquivos portugueses, publica uma série biográfica dos mais importantes restauradores de Pernambuco para as comemorações do Tricentenário da Restauração Pernambucana. A biografia de João Fernandes Vieira só seria publicada dois anos depois em 1956.
1957-1958
Neste período, ainda sob o patrocínio da Universidade do Recife, volta a Europa, desta vez para os arquivos da Holanda, França, Espanha e Inglaterra. No dia 27 de setembro de 1957, fixa residência em Haia por ser a sede dos arquivos do País. Em 2 de outubro, inicia as aulas de História do Brasil no Instituto Espanhol, Português e Ibero-Americano da Universidade de Utrecht, como professor designado pela Universidade do Recife, recebendo posteriormente do Ministério do Reino para Educação, Artes e Ciências, o título de privaat docent dessa Universidade, onde foi professor até maio de 1958. Ao mesmo tempo dedica-se à pesquisa da documentação histórica relativa ao Nordeste brasileiro, e a Pernambuco em particular, no Arquivo Geral do Reino, Arquivo da Casa Real, em Haia; Arquivo Municipal, Arquivo da Comunidade Reformada, em Amsterdam, e Arquivo da Universidade de Leiden. Durante as férias de Natal, período em que foram interrompidas as aulas da Universidade de Utrecht, vai a Sevilha, na Espanha para trabalhar no Archivo General de Índias e na Biblioteca e Arquivo Municipal do Porto, em Portugal. Em junho de 1958, transfere-se para a Espanha dando continuidade às suas pesquisas na Biblioteca Nacional e Real Academia da História em Madri, Arquivo Geral de Simancas, localizado em uma aldeia a 15 km de Valladolid. Em 18 de março de 1958 é condecorado pelo governo de Portugal como Oficial da Ordem Militar de Cristo.
1960-1964
Lança, em 1960, a obra Estudos Pernambucanos resultado de suas pesquisas nos arquivos europeus e, em 1962, Diálogos das grandezas do Brasil, em sua primeira edição integral, segundo o apógrafo de Leiden, Holanda. Participa, em 1960, do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos , em Lisboa. Nessa ocasião, e em 1964, volta a trabalhar no Arquivo de Simancas. De 1960 a 1964 ensina paleografia na Universidade Federal de Pernambuco. Em 30 de Janeiro de 1963 recebe a Medalha Pernambucana do Mérito, concedida pelo Governo de Estado de Pernambuco. Em 1964 é nomeado Diretor do Instituto de Ciências do Homem, depois Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, função que exerceu até 1969. Nesse período ministra em curso de pós-graduação, disciplina que criou de História do Nordeste.
1965-1969
Torna-se Presidente do Instituto Arqueológico. Histórico e Geográfico Pernambucano. É condecorado em 21 de novembro de 1966 com a Medalha Naval de Serviços Distintos, pelo Ministério da Marinha do Brasil. Em 1967, torna-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Rio de Janeiro e em 1969, Membro do Conselho Estadual de Cultura (até 1978).
1971-1974
É eleito para a Academia Pernambucana de Letras e Academia Portuguesa de História, de Lisboa, a princípio como sócio correspondente. Em 28 de janeiro 1972 é condecorado pela Rainha dos Países Baixos como Oficial da Ordem Orange Nassau. Recebe em 15 de outubro de 1974 a Medalha do Mérito Educacional do Estado de Pernambuco.
1979-1985
Entre 1979 e 1983 atua como membro efetivo do Conselho Deliberativo da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Em 1980, torna-se membro do Conselho Diretor da Fundação Joaquim Nabuco. Entre 1983 e 1985 encarrega-se da elaboração dos aditamentos e correções à segunda edição da obra de F. A. Pereira da Costa, Anais Pernambucanos, editada por Leonardo Dantas Silva dentro da Coleção Pernambucana, 2ª fase, sob o patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco (Fundarpe). Em 8 de maio de 1984 recebe a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes, concedida pelo Governo de Pernambuco e em 18 de dezembro 1985, a do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife, concedida pela Prefeitura da Cidade do Recile. É eleito para a cadeira nº 37 da Academia Portuguesa História de Lisboa.
1987 - 1989
Em 1987, torna-se membro do Conselho Diretor da Fundação Gilberto Freyre e lança pela Editora Massangana a terceira edição aumentada do seu livro Tempo dos Flamengos, com o patrocínio do Instituto Nacional do Livro e Banco do Nordeste do Brasil. Em 1989, publica Gente da Nação sobre cristãos-novos e judeus em Pernambuco no período 1542-1654.
1990 - 2000
Tendo assumido a presidência do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano desde 1965, vem sendo reconduzido para o cargo, através de eleições anuais, assim como continua assumindo a direção editorial da Revista do Instituto, tendo criado naquela época a chamada Série Branca, a partir do nº 48. Vem desenvolvendo no Instituto um trabalho de consultoria e orientação aos que se dedicam à pesquisa histórica, colaborando com revistas e apresentação de vários livros, bem como fazendo conferências sobre temas relativos à História do Nordeste do Brasil por ocasião das sessões daquele órgão. Atualmente, como integrante do Conselho Editorial da Fundação Joaquim Nabuco, vem colaborando como prefaciador nas Séries Abolição, República e Descobrimentos da Editora Massangana. Publicou a segunda edição de Gente da Nação: Cristãos Novos e Judeus em Pernambuco 1542-1654, (1996) e Tempo de Jornal, (1998), uma coletânea de artigos seus, publicados na imprensa periódica.
2002
Faleceu no Recife no dia 7 de janeiro.
Recife, 21 de julho de 2003.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. José Antonio Gonsalves de Mello. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003 . Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/jose-antonio-gonsalves-de-mello/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)