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Indios Atikum

Considerados bom produtores agrícolas, cultivam principalmente o milho, o feijão, a mamona e algumas frutas como banana, goiaba, pinha e laranja.

Indios Atikum

Artigo disponível em: ENG

Última atualização: 04/05/2022

Por: Lúcia Gaspar - Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco - Especialista em Documentação Científica

A reserva Atikum, com uma área de 15.276 hectares e uma população de 3.582 índios, está localizada na Serra do Umã, no município de Carnaubeira da Penha, em Pernambuco.

A presença dos indígenas na Serra do Umã data provavelmente do século XIX. Segundo documentos de 1801, esses índios, sob a denominação de Umãs juntamente com outras tribos, foram aldeados no local onde permaneceram até 1819, quando a aldeia foi abandonada após vários conflitos.

Em 1824, houve a dispersão de diversos grupos indígenas pelo sertão de Pernambuco, tendo os Umã se dirigido para região da Serra Negra.

Não se sabe quando a tribo teve o seu nome mudado, mas a reserva foi criada, em 1949, para os índios já denominados Atikum.

A comunidade tem a agricultura como sua principal atividade e não enfrenta problemas de posse da terra.

Considerados bom produtores agrícolas, cultivam principalmente o milho, o feijão, a mamona e algumas frutas como banana, goiaba, pinha e laranja. Plantam, ainda, mandioca destinada ao fabrico da farinha. Praticam também a caça e possuem pequenos criatórios.

A produção dos Atikum abastece as cidades vizinhas e é comercializada, tanto na própria localidade, quanto na feira de Mirandiba.

Os Atikum já não conservam, como outras comunidades indígenas de Pernambuco, muitos traços da sua cultura. Ainda dançam o toré, porém só os mais velhos se empenham na conservação desse costume, quando entoam cânticos, onde existem vestígios da sua língua nativa, acompanhados de maracás de cabaças e fumam cachimbos de madeira.

Em um local afastado chamado "gentio", realizam reuniões secretas, que segundo alguns relatos são semelhantes aos cultos afro-brasileiros.

Seus traços físicos indicam uma forte miscigenação com o negro, provavelmente grupos fugidos da escravidão que se instalaram na Serra do Umã.

A sua língua nativa não sobreviveu, salvo raras palavras ainda mencionadas nos cantos do toré.

 

 

 

Recife, 19 de agosto de 2003.
 

Fontes consultadas

AS COMUNIDADES indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco-Condepe, 1981.

SÁ, Marilena Araújo de. "Yaathe" é a resistência dos Fulni-ô. Revista do Conselho Estadual de Cultura, Recife, Ed. especial, p.48-54, 2002.

Como citar este texto

GASPAR, Lúcia. Índios Atikum. In: PESQUISA Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/indios-atikum/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2020.)