Barão de Lucena (Henrique Pereira de Lucena)
Última atualização: 31/05/2022
Henrique Pereira de Lucena, o Barão de Lucena, nasceu no dia 27 de maio de 1835, em terras dos engenhos Fortaleza e Boa Esperança, na antiga comarca de Limoeiro, atual município de Bom Jardim.
Seu pai, o coronel Henrique Pereira de Lucena, foi um dos heróis da Revolução Praieira.
Estudou humanidades no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, de 1846 a1853, fazendo um curso brilhante e recebendo o diploma de bacharel em Letras.
Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1858, na Faculdade de Direito do Recife.
Começou sua carreira como delegado no Recife. Durante cinqüenta anos viveu e se projetou como homem público, exercendo funções administrativas e políticas importantes: presidente das províncias de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul; ministro de Estado; desembargador; juiz do Supremo Tribunal Federal; deputado eleito por mais de uma legislatura, tendo a honra de ser presidente da Câmara dos Deputados que discutiu, votou e aprovou a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888.
Durante o seu governo em Pernambuco, no período de 5 de novembro de1872 a 10 de maio de 1875, realizou uma grande administração, que pode ser comparada com a do Conde da Boa Vista.
Entre as suas obras podem ser destacadas: a reforma do Farol de Olinda e do Campo das Princesas, atual Praça da República, onde se localiza o Palácio do Governo; a construção do Mercado de São José; a conclusão das obras doTeatro Santa Isabel, que havia sido destruído por um incêndio, em 1869; a construção e conservação de estradas no interior do estado; a construção de açudes, pontes; o calçamento e alargamento de ruas; o lançamento da pedra fundamental do Hospício da Tamarineira, ainda hoje em funcionamento.
Preocupado com os serviços de comunicação, implantou um sistema de telégrafo submarino entre o Recife e a Europa, o Rio de Janeiro, a Bahia e o Pará.
Criou a Escola Normal para expandir o ensino para mulheres, estabelecimento educacional que viria a competir com o conceituado Ginásio Pernambucano.
Contratou vários engenheiros e geólogos europeus para realizar estudos detalhados de mineralogia e geologia no interior e na área do porto do Recife, visando o seu melhoramento.
Traçou uma política de incentivo e apoio para a modernização do parque açucareiro de Pernambuco.
Como juiz, criou a Comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, e se preocupou com a organização judiciária de Pernambuco.
Lucena enfrentou vários problemas políticos e fez muitos inimigos. Depois que deixou a administração de Pernambuco, foi presidente das províncias da Bahia e do Rio Grande do Sul.
Convidado pelo então presidente da República, Deodoro da Fonseca, participou do seu ministério até quando este entregou o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto.
Lucena pensou em ocupar um cargo no Supremo Tribunal Federal, para o qual havia sido nomeado por Deodoro, porém Floriano Peixoto o aposentou, acabando praticamente com sua carreira política.
Recolheu-se à vida privada, mas durante algum tempo ainda exerceu grande influência na política pernambucana e nacional, caindo depois no ostracismo político.
Em 1910, apoiou Dantas Barreto contra Rosa e Silva, mas apesar da vitória do primeiro, Lucena já estava muito velho e doente, não tendo mais condições de atuar politicamente.
Morreu no dia 10 de dezembro de 1913, no Rio de Janeiro.
Recife, 24 de agosto de 2004.
Fontes consultadas
GUERRA, Flávio. Lucena: um estadista de Pernambuco. Recife: Arquivo Público Estadual. Imprensa Oficial, 1958.
PERNAMBUCO imortal: personagens: Brasil 500 anos, as mudanças do século XX, n.11. Recife: Jornal do Commercio, 2002.
Como citar este texto
GASPAR, Lúcia. Barão de Lucena (Henrique Pereira de Lucena). In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2004. Disponível em:https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/barao-de-lucena-henrique-pereira-de-lucena/. Acesso em: dia mês ano. (Ex.: 6 ago. 2021.)